Entrevista com o duo paulista Diva Muffin

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T. Angel: O duo Diva Muffin surge na cena musical em 2006. Qual o principal objetivo que vocês buscavam com a formação desse projeto?
Henrique Pucci: Nos expressar com algo diferente do que estava e está sendo feito, e ver o que poderíamos fazer
com essas novas ferramentas, o que poderia sair dessa experiência.

T. Angel: Falem um pouco sobre a formação musical de cada um?
Henrique: Músico baterista, técnico e produtor musical. passando por algumas bandas de rock.
Droee: Minha formação musical é o experimento, o amor pela música e a facilidade em manusear coisas eletrônicas.

T. Angel: Quais são as suas principais influências?
Henrique: Rock pauleira, thrash metal, EBM, eletrônico e anos 80.
Droee: Citar influências é confessar crimes. e essa frase não é minha.

T. Angel: Além de ter sido um trio e posteriormente um quarteto, quais as principais mudanças
nesses quatros anos de projeto?
Droee: A forma como tocamos. No início usávamos cdj, bateria e voz. hoje utilizamos computadores e guitarra ao vivo. Ainda utilizamos vozes e bateria, mas com tecnologias bem diferentes.

T. Angel: Quais são as principais dificuldades na vida de um músico independente no Brasil?
Henrique: A principal é nao conseguir ser independente, ter que depender de pessoas que nao levam a música em primeiro lugar, nao queira ser um músico profissional. Seria o fim da carreira “musical”.
Droee: O maior problema é a falta de gente qualificada no meio. Tem muita gente que conquista um espaço só por ser exclusivo, não por ser bom. E as relações de valor e qualidade também são totalmente arbitrárias.

T. Angel: Vocês já se apresentaram em diversos eventos pelo Brasil, contem pra gente um pouco sobre esse histórico?
Droee: Nós tocamos no tipo de balada que as pessoas costumam não lembrar de muita coisa depois. Isso acaba fazendo com que qualquer coisa que a gente possa responder seja verdadeira. E, logo, falsa. Isso me faz me sentir muito desconfortável para falar sobre o passado.

T. Angel: Já existe um show favorito ou marcante?
Droee: Eu curti muito o da Virada Paulista (Piracicaba). Fomos tratados com muito respeito e profissionalismo. Isso transparece na apresentação. O público acabou sendo ótimo. E, sem puxar o saco, as festas do Frrrk Guys e da FrrrkCon também foram ótimas. Todas.

T. Angel: Sei que vocês buscam apresentar um live sempre diferenciado, seja com a inclusão de VJ, performer ou convidando outros músicos. Comentem um pouco sobre essa configuração para os shows.
Henrique: Não vemos um show como apenas música, e sim como uma performance multimídia, que pela
nossa visão ainda tem muito o que ser explorado. Queremos as pessoas usando os 4 sentidos
nas nossas performances, usar a sensibilidade massacrada a cada dia nas nossas rotinas.

T. Angel: Vocês dois possuem projetos musicais paralelos. Por exemplo, o Henrique é baterista
do Paura e vive em constante turnê nacional e internacionalmente. Como é ter que lidar com isso?
Henrique: Enquanto tiver a ver com música estaremos dentro da performance, queremos experimentar o
que nos pode trazer mais perto da música, e usar de alguma forma nossa experiências musicais externas ao projeto.
Droee: Hoje eu tenho projetos paralelos porque eu sinto que o Diva Muffin é maior do que eu ou do que o Henrique. Existe um terceiro elemento que dá liga a coisa, fazendo com que o Diva seja algo que tenha um foco muito bem definido, por mais que as músicas não sigam um único estilo. Dessa forma, eu uso os projetos para dar vazão a composições que não caberiam no Diva.

T. Angel: Há pouco vocês lançaram um novo álbum o “Adroit”, o que temos de novo nele?
Droee: São cinco músicas que se unem de uma forma que nunca havíamos trabalhado antes. Trabalhamos com prazos, metas. Todos os outros sons do Diva simplesmente eram finalizados e lançados. Os sons de Adroit não, eles nunca haviam sido tocados ao vivo, nunca havíamos colocado nenhuma versão deles para download.

T. Angel: Ouvindo as faixas do “Adroit” notei que houve uma aprofundada maior no eletrônico e a inclusão de guitarra, o que em alguns momentos lembra um pouco os primeiros álbuns doProdigy. Analisando os primeiros álbuns do Diva Muffin, que eram mais sortidos musicalmente falando, esse se mostra mais uniforme, gostaria que vocês falassem um pouco sobre isso.
Droee: Adroit foi um álbum que eu tive que parir. Um dia eu falei isso pro Henrique, quando estávamos finalizando ainda, que eu precisava lançá-lo rapidamente, pois ele conta uma história que eu não podia mais ficar segurando na garganta. Adroit tem a maior quantidade de vocal por minuto de tudo o que o Diva já fez. É um disco que tem um recado, uma mensagem positiva. Fala sobre buscar fazer as coisas da maneira correta, adroit, num sentido mais estético do que moral. Adroit é o contrário do gaúche, é um álbum apolíneo.
Henrique: Não queremos ter nenhuma limitação, principalmente limitações vindas de fora ou de rótulos. O eletrônico se encontra mais presente nos arranjos, onde podemos pensar numa situação mais de pista do que de um palco com um show, nao apreciamos necessariamente ter as pessoas nos olhando, mas sim curtindo a performance, e do você estar dançando ou realmente curtindo a performance, a ponto de até se esquece de olhar para o palco.

T. Angel: Quando teremos um videoclip do duo?
Henrique: Em breve

T. Angel: Vocês dois são tatuados e tempos atrás, antes mesmo do Diva Muffin, estamparam uma revista de tatuagem nacional. Gostaria que falassem um pouco sobre essa relação de vocês com as modificações do corpo.
Henrique: Gostamos muito de tatuagens, é mais uma forma de arte, assim como outras modificações corporais. Como gostamos de mexer com todos os sentidos e sensações, a body modification está diretamente ligado a proposta do projeto, sinto que temos uma proposta parecida frente a sociedade, mostrando que nao existe o certo ou errado.

T. Angel: Quais os projetos futuros do Diva?
Henrique: Queremos tocar mais agora que estamos com o live bem afiado nos lugares onde possam ter pessoas dispostas a ouvir algo novo, e para pessoas que esperam a mesma coisa, que existe algo diferente do que esperam e de certo modo incentivar projetos diferentes.

T. Angel: Deixem uma mensagem para todos que nos lêem:
Droee: Eu queria que as pessoas que nos dessem recados. Queremos mais feedback de quem ouve. Parece que a facilidade em se comunicar só deixou as pessoas mais preguiçosas. Tem tanta gente que baixa, que acessa o site, o myspace… Mas tem muita pouca gente que escreve. Se não nos conhecem ainda, é só entrar no site e baixar as músicas. Escrevam pra gente, nos convidem para um jantar, um passeio em Angra.

O novo album pode ser baixado gratuitamente aqui.
CONTATO:
www.divamuffin.com

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2 thoughts on “Entrevista com o duo paulista Diva Muffin”

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