Jovem que teve a testa tatuada fala sobre como está hoje

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Foto: reprodução / Ponte Jornalismo

“E o que te faz feliz
Também provoca a dor
A cadência do surdo no coro que se forjou
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função quando percebe que é amado”
Criolo em ‘Ainda Há Tempo’

Ruan Rocha é o jovem, vítima de tortura, que em Maio de 2017 teve a sua testa tatuada com a frase “Eu sou ladrão e vacilão”. Ironicamente um dos torturadores havia sido preso em 2011, por ter roubado a bolsa de uma mulher em 2008. Bem…

Durante esse tempo o Ruan, agora com 18 anos, concordou em passar por um tratamento contra a dependência química, ele era viciado em crack desde os 15. Tem feito acompanhado com um grupo de profissionais da saúde, conseguiu um trabalho e tem voltado a sonhar. 

A Ponte Jornalismo publicou recentemente uma matéria bastante sensível sobre como anda a vida do menino, mostrando o poder de um processo humano de reeducação e ressocialização. O texto assinado por Paulo Eduardo Dias e Maria Vitória Ramos, com base em informações coletadas pelos especialistas que o atendem, vai dizer que: 



“O Ruan teve uma infância muito sofrida, desprovida de recursos primários, até parte de saúde, de educação, uma situação precária de vida. Para uma criança se desenvolver ela precisa dos recursos primários de afeto, de cuidado, de higiene, de alimentação adequada e tudo isso faltou. Então, a gente não pode dizer que ele se desenvolveu como uma criança comum, uma criança normal, o que de certa forma afetou sua parte cognitiva. Se a idade dele hoje é de 18 anos, é como se o mental fosse de uma criança de 12 ou 13 anos, então, consequentemente, ele desenvolveu um hipotético diagnostico de desvio de conduta.”

O vídeo que acompanha a matéria, traz um Ruan Rocha visivelmente com mais saúde. Um jovem que fala sobre o passado e o presente com bastante lucidez e consciência. Ele tem feito o processo de remoção da tatuagem e enquanto isso não some completamente de seu corpo, ele tem aprendido a lidar com essas marcas, as que são visíveis e aquelas que nós não podemos ver, mas ele sente. 


 

Leia a matéria da Ponte Jornalismo:
https://ponte.org/jovem-que-teve-testa-tatuada-arruma-emprego-e-sonha-em-ser-terapeuta/

 

 

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