Ser mulher e tatuadora no Afeganistão

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Foto: reprodução/Instagram

O direito das mulheres no Afeganistão tem despertado a preocupação de grupos ligados aos direitos humanos há alguns anos. É uma história marcada por inúmeras violações e violências, que passam inclusive pela negação do direito ao nome.

Dentro desse contexto temos a primeira tatuadora mulher do país. Ela se apresenta como Ahoo Shahidy, tem 27 anos e teve sua história brevemente contada em um vídeo documentário produzido pela Vice. A breve sinopse disponível na descrição do vídeo diz:

“Nos últimos 3 anos, Soraya tem mantido seu estúdio móvel em Kabul. Ela não pode manter um endereço fixo de loja por questões de segurança, porque seu trabalho pode ser perigoso no Afeganistão. Embora as tatuagens não sejam estranhas à cultura afegã, artistas da tinta na pele como Soraya podem facilmente ter problemas com o adormecido Talebã, com sua interpretação fundamentalista da Lei Sharia. Tocar e tatuar clientes do sexo masculino é um tabu adicional para ela, enquanto se torna a primeira tatuadora do país.”

A prática da tatuagem, segundo a profissional, não é proibida (haram) no Afeganistão, mas as pessoas pensam que sim (e agem como se fossem), principalmente quando é uma mulher tatuando um homem.

Ironicamente há uma forte história ancestral da tatuagem no país – realizada com outras tecnologias – em mulheres, com marcas nas testas e outras áreas do rosto. Ahoo conta no vídeo que sua própria mãe tem uma dessas tatuagens na testa.

Insultada, humilhada e ameaçada pela sociedade local, a tatuadora insiste e resiste com o seu trabalho. Ela conta com o apoio de seu pai, mãe e irmão e diz não permitir que a opinião das pessoas a afetem negativamente. Consciente do seu papel, fala sobre mulheres que querem mudar o Afeganistão.

No vídeo – com legendas em inglês – você pode ouvir mais sobre sua experiência.

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