Remoção de implante magnético

Recentemente o body piercer brasileiro, Felipe Campos, divulgou a sua experiência de remoção do seu implante magnético. Talvez pelo saudosismo das experiências do BMEzine, trouxemos de algum modo – com o seu consentimento – o seu relato para cá no FRRRKguys.

Implantes magnéticos entram na categoria subdermal, todavia, a peça é constituída por um imã protegido por silicone. Começou a ser teorizado por Steve Haworth e Jesse Jarrel em meados de 1990 e foi difundido por pessoas ligadas com o transhumanismo, body hacking e variadas experimentações corporais. No Brasil, é de 2010 em diante que vamos vê-lo com mais frequência enquanto possibilidade de modificação corporal.

Felipe Campos contou em seu relato que realizou o procedimento em 2013 com o Abril, tatuador e modificador corporal da Argentina. Escolheu a ponta do dedo para implantar a peça, brincou ao dizer que pretendia puxar carros como o Magneto de X-Men, mas só conseguia mover clipes, moedas e pregos.

Felipe Campos com o seu implante magnético. Foto: Acervo Felipe Campos

Algum tempo depois do implante no corpo, a capsula que envolvia e protegia o imã foi rompida, o que iniciou um processo de rejeição. Durante o processo de rejeição do material não bio compatível, o seu dedo inchou gerando uma deformação, desconforto e ampliando as possibilidades de risco. E como sempre reforçamos aqui, toda modificação corporal pode oferecer riscos.

Implante magnético rejeitado. Foto: Acervo Felipe Campos
Implante magnético sendo removido. Foto: Acervo Felipe Campos
Implante magnético sendo removido. Foto: Acervo Felipe Campos
Implante magnético sendo removido. Foto: Acervo Felipe Campos

Segundo relatos que ouvimos ao longo do tempo, é bastante comum que essa reação aconteça após alguns anos do implante do imã. E é importante que, caso isso ocorra, a peça seja desimplantada.

A peça foi removida por Andre Fernandes e agora Felipe Campos se recupera bem. O seu relato finaliza dizendo que:

“Modificar o corpo tem riscos e requer cuidados. Não vou dar lição de moral, era jovem e fiz porque achei legal, mas hoje envelheci de leve e pensaria antes de fazer.”

Há uma parte fabulosa de modificar o próprio corpo que é escutar o que vem antes, o durante e, sensivelmente, o que vem com o tempo. Zelando e respeitando cada etapa que o próprio corpo vai nos desvelando e revelando. Desmodificar-se é ainda – e sempre – se modificar.