COVID-19: Como oferecer suporte para profissionais das modificações corporais

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Foto: trabalho do tatuador Chris Fernweh.

A pandemia do COVID-19 tem alterado drasticamente a vida ao redor do globo. Todas as áreas da vida foram e estão sendo afetadas. Temos 700 mil pessoas contaminadas e mais de 32.000 mortes. Líderes do mundo todo – exceto no Brasil – reforçam a importância do distanciamento social a fim de achatar a curva da propagação do vírus.

Profissionais das modificações corporais – tatuagem, body piercing e técnicas correlatas – assistem o mundo mudar e sentem o impacto diretamente em suas respectivas áreas de trabalho e vida. Exceto por uma minoria que construiu fortuna no seguimento (principalmente da tatuagem) e/ou que faz parte de famílias de classe média alta, a maioria dessas pessoas estão em uma situação de angústia e desespero por conta de suas condições financeiras.

É um problema mundial. Recentemente a Vice publicou a matéria Tattoo Artists Are in Crisis as COVID-19 Devastates Their Industry (Tradução nossa: Profissionais da tatuagem estão em crise quando COVID-19 devasta sua indústria) em que relata os tantos problemas enfrentados nos Estados Unidos da América muito similares com os que se passam aqui no Brasil.

Tanto no Brasil quanto nos EUA, a maioria dessas e desses profissionais trabalham como contratantes independentes ou de modo informal. O que quer dizer que são feitos acordos que envolvem porcentagens, isto é, o valor de determinado trabalho é dividido entre estúdio e profissional que realiza o serviço. Dependendo do que foi acordado, por exemplo, pensando aqui a tatuagem, a porcentagem que fica para o estúdio pode variar entre 40% e 60%, já ouvimos que alguns espaços pedem uma porcentagem ainda maior. Soma-se a conta profissionais que trabalham de porta fechada, pequenos estúdios, nomadismo e afins.

Sabemos que o momento é para pensar em proteção e sobrevivência, mas como as contas não param de chegar e existem famílias que são mantidas unicamente com os trabalhos das modificações corporais, chegou a hora da gente olhar para essas e esse profissionais. Chamar a atenção para questões econômicas desse grupo é tratar também sobre proteção e existência, considerando como as relações que se constroem historicamente dentro da nossa comunidade.

Como colaborar com profissionais das modificações corporais nesse momento

  1. Se você tinha trabalhado agendado e/ou em processo siga fazendo o pagamento como fora combinado. A pandemia passando, o trabalho poderá ser realizado.
  2. A maioria dos estúdios e profissionais estão oferecendo descontos significativos no agendamento (com sinal) dos seus trabalhos. Nesse momento a compra desses serviços para agendamento imediato e realização futura poderá ajudar muito.
  3. Profissionais do piercing costumam vender joias em seus perfis. Comprar e divulgar essas pessoas pode ajudar.
  4. Profissionais das modificações corporais estão fazendo lives em suas contas das redes sociais a fim de compartilhar conhecimento e ao mesmo tempo manter contato em tempos de distanciamento social. Quando tudo isso passar, essas redes que estão sendo construídas agora ajudarão muito. Conecte-se.
  5. Muita atenção com profissionais economicamente mais vulneráveis, seja por questões que envolvem a saúde, seja por dinheiro ou por pertencer aos grupos mais vulneráveis da sociedade. Se você souber de alguém que esteja passando por situações mais críticas como falta de alimentos, medicação e moradia, é preciso construir uma ação direta de ajuda, sem expor a pessoa de preferência. Se não souber como nos escreva frrrkguys@gmail.com para que possamos pensar juntas.

Para além das ações pontuais que podemos fazer para gerar impacto coletivo na comunidade da modificação corporal, é preciso que tenhamos atenção na votação que acontecerá hoje (30) às 16:00 no Senado do Brasil sobre a Renda Básica Emergencial. A proposta irá colaborar diretamente com pessoas sem emprego formal e mães solo. Clique abaixo para conhecer a proposta e pressionar o Congresso para votação imediata:
https://www.senado.rendabasica.org.br/

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