No dia 1º de outubro vamos escolher os novos conselheiros e conselheiras tutelares das cidades brasileiras. A cada 4 anos, pessoas interessadas em integrar o Conselho apresentam suas candidaturas. O próximo mandato vai de 2024 a 2028.
Nos últimos anos, com a ascensão da extrema-direita e do fundamentalismo religioso no Brasil, temos visto os conselhos tutelares sendo dominados e ocupados por pessoas conservadoras e reacionárias e que executam um trabalho muito distante de proteger todas as crianças e adolescentes e, estão voltadas, pela defesa de um projeto específico, político e de poder, do extremismo e do fundamentalismo.
Os conselhos tutelares trabalham na defesa e proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso e negligência e que precisam de apoio da chamada rede protetiva. Precisamos prestar muita atenção em que tem ocupado esses lugares e que tipo de serviço tem sido oferecido.
Recentemente o programa Greg News da HBO (disponível no Youtube) denunciou os abusos cometidos por conselheiras e conselheiros tutelares que não estão alinhados com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, mas movidos por outros interesses. Dentre as denúncias estão as de que: conselheiros fundamentalistas religiosos encaminham adolescentes LGBTQIA+ para “sessão de descarrego” em igrejas; conselheiros tentaram impedir que uma adolescente de 17 anos, vítima de estupro, interrompesse a gestação, o que é garantido por lei; uma mãe perdeu a guarda da filha de 12 anos, depois que a adolescente raspou a cabeça em um ritual de iniciação no candomblé, os conselheiros justificaram que se tratava de lesão corporal.
Para nós freaks, que temos conhecimento de casos e casos de adolescentes que entram em contato com as modificações corporais e são espancades pelas suas famílias, recebem a expulsão de casa, internação compulsória, dentre outras violações, precisamos estar em alerta com quem ocupa esse importante espaço de apoio para quem precisa.
O filósofo espanhol nos pergunta quem protege a criança queer. Precisamos colocar nessa pergunta quem protege as crianças PcDs, LGBTQIA+, não judaico-cristãs, não normativas, negras, quilombolas, indígenas, refugiadas… E, para nós em particular, sempre perguntar: quem protege as crianças e adolescentes freaks?
Não temos tempo para perder e precisamos nos mobilizar agora. Acesse o site abaixo e conheça candidates de sua região que tenham se comprometido e se responsabilizado na defesa das múltiplas infâncias e adolescências com base no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e na perspectiva dos Direitos Humanos. Temos essa missão e responsabilidade!
Saiba mais em:
https://aeleicaodoano.org/