“Igreja da dor” busca reconhecimento do Estado na Noruega

Foto: Katarsis Foto / reprodução Facebook

“É para doer! Facilitamos rituais de dor para explorar nossa conexão com o divino”
Church of Pain

Na Noruega, a Church of Pain (Igreja da dor) conseguiu o seu registro como organização religiosa e, agora, busca por mais apoio internacional. Embora tenham o registro, o grupo busca receber o reconhecimento do Estado para que possam legalmente realizar e oficializar cerimônias (como casamentos, enterros, batismos, etc) e, também, receber fundos do governo. Mostrando assim, que existe uma irmandade de pessoas que compartilham da mesma crença na divindade da natureza.

A Church of Pain – CoP se articula em uma perspectiva ancestral e na crença da força suprema da natureza. Segundo o grupo, a força suprema tem recebido muitos nomes em diferentes tempos e espaços, tais como Deus, Alá, o Grande Espírito ou Anima Mundi. No entanto, é na figura do conceito hindu Bramã que sentem que exista uma maior aproximação. Não se colocam contra o uso do termo Deus/deus mas preferem utilizar Natureza para tratar da noção de força suprema.

Com a consciência de que não podem experienciar a totalidade da Natureza, acreditam que pelo método da dor é possível chegar próximo disso. O método de comunhão para o grupo é a dor. “Uma das crenças fundamentais da Church of Pain é que a dor é crucial para ser uma pessoa holística no que diz respeito à saúde espiritual, relacionamento com a natureza e experiência de comunidade”, diz o site oficial da organização.

Marita and Eugenia no evento WoD/CoP de 2020. Foto: Helene Fjell Photography 

Em uma história resumida, o grupo surgiu do desejo de se criar um espaço onde pessoas ligadas com a suspensão corporal pudessem se sentir confortáveis em compartilhar suas experiências e histórias. As primeiras conversas sobre isso começaram em 2013, com um pequeno grupo de pessoas. Tratam também do uso da palavra “família” que essas pessoas passaram a se chamar (e ao mesmo tempo construir). Essa irmandade terminava os encontros de suspensão em lágrimas falando de algo como DPS (depressão pós-suspensão).

A concepção religiosa, por sua vez, vem de uma mistura de fontes, com o cuidado com a apropriação cultural e respeito com as diferentes crenças. “Começamos a pensar sobre os rituais de dor de uma maneira diferente, não como uma expressão de uma religião ou teologia específica, mas como uma forma de oração adaptada aos sistemas de crenças que usavam essas formas de ritual de dor”, explica o grupo.

June Ailin Bonsaksen e Alan Louis Belardinelli são as pessoas que fundaram a Church of Pain na Noruega. Ele de origem norte-americana, ela de origem norueguesa. Ambos de conheceram em 2008 em Oslo e estão juntes desde então.

Para conhecer mais sobre a organização e manifestar seu suporte, acesse o site abaixo:
https://www.churchofpain.org/