Marcos Abranches apresenta online seu novo solo e conta com direção de Sandro Borelli

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Foto: divulgação

Inspirado no livro homônimo de Fiódor Dostoiévski, em trabalho com forte tom de crítica política e social, a dupla volta a trabalhar junto em espetáculo que estreia primeiro online, com a promessa de ganhar os palcos assim que a pandemia tiver seu fim

Marcos Abranches apresenta seu novo solo O IDIOTA, com direção de Sandro Borelli,  em apresentações online (via Zoom) e gratuitas a partir de 17 de julho, às 21 horas. Além do espetáculo, haverá também a exibição de vídeo art que Gal Oppido fez a partir da obra. Após as apresentações, Marcos Abranches terá um bate-papo com a plateia e um convidado diferente, com nomes como os próprios Sandro Borelli, Gal Oppido, Ricardo Neves e outros. As ações que compõem esse projeto tem o apoio do Programa de Fomento à Dança na cidade de São Paulo pela Secretaria Municipal de Cultura e as apresentação são realizadas pelo Centro de Referência da Dança da cidade de São Paulo.

Conversas, reflexões e diálogos fazem parte das apresentações. Foto: divulgação

Abranches, que assina a concepção dessa obra, costuma buscar apoio nas artes visuais para criar alguns de seus trabalhos. Nesse, ele partiu para o cinema e se inspirou em filmes como It e Coringa, que trazem um palhaço extremamente perturbado e violento, reflexos da sociedade onde vivem. “Sempre me interessou essa ligação do palhaço com o lado grotesco”.

Com a entrada de Sandro, o projeto ganhou forte apelo político, o que se intensificou com a quarentena e o cenário do Brasil nesse momento. O diretor foi buscar inspiração em O Idiota, livro de Fiódor Dostoiévski.

O Estado vem criando cidadãos cada mais cerceados, emparedados e com censo crítico limitado. Um governo extremista como o que temos no poder tem interesse que essa prática continue a ser perpetuada. A polarização, a falta de informação, a proliferação de pessoas violentas e o domínio cada vez maior sobre o cidadão é sempre benéfico para um governante autoritário. Com a parada que tivemos nos ensaios por conta da pandemia do covid-19, o espetáculo acabou ganhando muito porque todo o cenário nos tornou mais sensíveis às questões que buscávamos”. O espetáculo, segundo Marcos, é “um espelho subjetivo de uma sociedade manipulada por políticos inescrupulosos que, por seus desejos e interesses maiores, querem nos fazer acreditar em seus governos”.

Isso será transposto para a cena com um Marcos muito diferente do que o público está acostumado a ver. Segundo Sandro, “Marcos está mais focado na movimentação gestual. Ele personifica um cidadão perturbado por todo o barulho político do País, aparentando incoerência e repetindo citações absurdas que foram ditar por algumas figuras que fazem parte da atual gestão financeira”.

Gal Oppido parte das premissas do espetáculo para produzir os seus vídeos arte (ao todo, são três), que também traz um forte tom político e viceral. “Os videos são uma leitura minha do projeto, feito a partir de uma troca com o Marcos e o Sandro. O conceito vai muito em cima do que estamos passando, mostrando esse momento de instabilidade de convívio e também sociopolítico, trazendo também minhas críticas e visões pessoas para esse período”, explica Gal Oppido.

Retomada de parceria

Sandro foi um dos principais incentivadores do início da carreira de Marcos, que achou que precisava alçar voos solos depois de um tempo. Agora, uma década e meia depois, eles retomam a parceria. Marcos comemora esse momento. “Sempre vi no Sandro uma águia que todo pequeno pardal quer se inspirar para voar alto. Seus ensinamentos sempre foram voltados para encontrarmos significado naquilo que estivermos fazendo. Sandro insistiu e me orientou para a pesquisa e persistência nos treinamentos. Voltar a trabalhar com o Sandro é reconhecer que, no menor dos movimentos, é necessário entender o significado da dança. Sandro nos faz refletir a importância da pesquisa e da arte cênica e me mostra que é preciso internalizar o movimento antes de o colocar para fora”, conta o bailarino.

Sandro, por sua vez, disse que viu um Marcos diferente e disposto a testar coisas novas em O IDIOTA. “A parada no projeto nos fez aprimorar muitos detalhes no espetáculo e isso tem nos dado mais força. Assim que for seguro, com certeza iremos trazer esse espetáculo para o palco. O Marcos está trazendo uma riqueza e potência de movimento muito grande para o palco. Em um momento como esse, ter um artista como ele trazendo algo tão político é dar uma enorme voz para minorias e para a arte periférica”, afirma.

Quando os teatros estiverem reabertos, o objetivo é levar o projeto para os palcos. O IDIOTA foi feito pensando nessa proximidade com o público e só irá atingir sua potência máxima nesse espaço”, diz Sandro.

Sobre Marcos Abranches

Marcos Abranches inicia sua trajetória como artista independente em 2007 trabalhando como coletivo artístico que agrega artistas de diversas linguagens. Traz no seu cerne as experiências de ter atuado na Cia. FAR 15, atuando nos espetáculos Senhor dos Anjos, Jardim de Tântalo e Metamorfose, de Franz Kafka, trabalhos dirigidos e coreografados por Sandro Borelli. O coletivo de artistas criados por Marcos, inicialmente, se chamava VIDANÇA CIA, mas desde 2017, o grupo passou a ser chamado de MARCOS ABRANCHES & CIA. Principais obras de seu repertório:  FORMAS DE VER, VIA DE REGRA, CORPO SOBRE TELA, CANTO DOS MALDITOS e O GRITO.

SERVIÇO

O IDIOTA – Apresentações online de espetáculo, vídeo arte e bate-papo 17 de julho a 2 de agosto, sexta a domingo, às 21 horas. Local: Zoom.  Reserva de ingressos pelo link do Sympla (https://www.sympla.com.br/urlAlias/render?alias=marcosabranchesecia). Capacidade da sala virtual: 60 pessoas.
Duração – 90 minutos.
Classificação etária: 18 anos.
Evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/276065203651692

Concepção e Direção Geral – Marcos Abranches.
Direção Artistica e Coreográfica – Sandro Borelli.
Intérprete Criador – Marcos Abranches
Vídeo arte e fotos – Gal Oppido.
Desenho de Luz – Sandro Borelli.
Trilha Sonora – Pedro Simples. 
Colaboradores – Caio Franzolin e Ricardo Neves.
Preparação corporal: Jorge Garcia, Mariana Muniz, Pedro Penuela, Ricardo Neves e Sandro Borelli.
Assistente de Produção – Maria Julia Tóffuli.
Direção de Produção – Solange Borelli/ Radar Cultural Gestão e Projetos.  Divulgação Social Mídia: Renato Fernandes. Produção Audio Visual: FUZUÊ FILMES.
Apoio – Cooperativa Paulista de Dança, Oficina Cultural Oswald de Andrade, Kasulo – Espaço de Arte e Cultura.
Realização – Centro de Referência da Dança SP.

Facebook Marcos Abranches e Cia: https://www.facebook.com/MarcosAbrancheseCia

Instagram: https://www.instagram.com/abranchesmarcos/

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