O Grito, espetáculo de Marcos Abranches, reestreia em nova versão

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O Grito é um espetáculo de Marcos Abranches. Foto Gal Oppido

Com orientação dramatúrgica de Sandro Borelli, temporada na Oficina Oswald de Andrade ganha uma instalação de Jeff Celophane e um video art de Gal Opido


Espetáculo coreo-performático inspirado na obra homônima do pintor Edvard Munch (1863-1944), O GRITO, de Marcos Abranches, estreou em 2015. Agora, a montagem ganha uma nova versão e reestreia na Oficina Cultura Oswald de Andrade até 13 de julho, com apresentações gratuitas, de quinta a sábado. Além da montagem, o espaço recebe também um video art do espetáculo, produzido por Gal Oppido e uma instalação cênica criada pelo artista Jeff Celophane, ambas abertas para visitação a semana inteira. A reestreia faz parte do projeto aprovado pelo 25º Edital de Fomento à Dança na Cidade de São Paulo, que ainda inclui um novo espetáculo do artista, que deve estrear no segundo semestre de 2019.

Trecho do vídeo art com direção de Gal Oppido


Jeff Celophane, cenógrafo e parceiro artístico de Abranches, apresenta uma releitura do espaço cênico criado para a montagem anterior, com os adereços e múmias criadas por Osvaldo Gabrieli. A instalação, que poderá ser visitada pelo público, vai compor junto com o Vídeo Art de Gal Oppido e com a apresentação do espetáculo O Grito, uma atmosfera do expressionismo utilizado no cinema alemão dos anos 20, buscando uma representação subjetiva do mundo, revelando as angústias da existência humana através de imagens distorcidas, sombrias e afastadas da realidade, como os pesadelos. Na entrada da instalação fotos de Gal Oppido em grande formato e transparência criam um labirinto que remete a dor, melancolia e solidão.


Gal Oppido, músico, artista visual e fotógrafo ensaísta, parceiro também de longa data de Abranches, registra este trabalho em foto e vídeo, imagens que não necessariamente aparecem no espetáculo, mas que o representam, dando origem ao video art O GRITO. Expandem-se, assim, as fronteiras entre o efetivo e a ficção, o visível e o sugerido, o vivido e o imaginado.O cenário, assim como a instalação e o video art, estarão abertos para visitação fora dos horários de apresentação.
O espetáculo segue uma linha dramática semelhante aos trabalhos anteriores de Abranches. Apesar da obra ter sido criada em 2015, ela foi revisitada em 2019 com a orientação dramatúrgica de Sandro Borelli propondo um jogo narrativo muito mais complexo e desconcertante sobre os confrontos com a vida real e certos dilemas da sociedade. A trilha sonora criada por Pedro Simples atua como um forte elemento de cena e contribui com o tom dessa narrativa e dá a ambientação exata da cena. A luz, desenhada por Sandro Borelli, busca amalgamar a obra conferindo-lhe uma densidade poética.

Trecho do vídeo art com direção de Gal Oppido


Vida e obra

O GRITO se inicia com uma cena que representa o nascimento do bailarino, com um objeto cênico criado pelo artista plástico Osvaldo Gabrieli, denominado Placenta. Ao longo espetáculo, outros objetos cênicos concebidos por Gabrieli são explorados por Marcos: trata-se de um conjunto de múmias de látex que fazem referência à cena inicial de Nosferatu, do cineasta Werner Herzog, que neste filme fez uma releitura em homenagem ao clássico anteriormente filmado por Friedrich Wilhelm Murnau, em 1922. Quando pensou em montar o espetáculo, em 2015, Marcos Abranches se interessou, primeiramente, em contar a história por trás do quadro e as intenções de Edvard Munch. Ao longo da pesquisa, o bailarino foi descobrindo vários pontos em comum com a sua história, principalmente nos períodos da infância e adolescência. E é essa relação entre sua história e características do famoso quadro que o público vê em cena.

Também serve de referência para O GRITO, o filme O Gabinete do dr. Caligari, de Robert Wiene, de 1919 (especialmente para a criação de maquiagem, figurino e cenário do espetáculo).

Sobre Marcos Abranches

Marcos Abranches inicia sua trajetória como artista independente em 2007 trabalhando como coletivo artístico que agrega artistas de diversas linguagens. Traz no seu cerne as experiências de ter atuado na Cia. FAR 15, atuando nos espetáculos Senhor dos Anjos, Jardim de Tântalo e Metamorfose, de Franz Kafka, trabalhos dirigidos e coreografados por Sandro Borelli. Principais obras de seu repertório: D…EQUILIBRIO, FORMAS DE VER, VIA DE REGRA, CORPO SOBRE TELA, CANTO DOS MALDITOS e O GRITO.


Informações de serviço
O GRITOTemporada – Até 13 de julho – Quintas e sextas, às 20 horas, sábados, às 18 horas.
Ingressos – Gratuitos (retirados uma hora antes na bilheteria). Recomendado para maiores de 14 anos. Duração – 60 minutos.

Ficha técnica
Direção, Concepção e Interpretação: Marcos Abranches
Orientação Dramatúrgica: Sandro Borelli
Fotos e Vídeo Arte: Gal Oppido
Organização Cênica, Figurino e Vídeo Instalação: Jeff Celophane
Objetos Cênicos: Osvaldo Gabrieli
Ambiente Sonoro: Pedro Simples
Projeto de Luz: Sandro Borelli
Assistente de Produção: Maju Tóffuli
Direção de Produção: Solange Borelli –  RADAR CULTURAL Gestão e Projetos

Exposição – Instalação cenográfica e vídeo – Até 13 de julho, terças e quartas, das 13 às 20 horas, quintas e sextas, das 13 às 18 horas (depois a exibição do vídeo segue no saguão) e no sábado, das 12 às 16 horas (depois a exibição do vídeo segue no saguão). 

Oficina Cultura Oswald de Andrade – rua Três Rios, 363. Capacidade – 40 lugares Retirar ingressos 1 hora antes.Gratuito

Ficha Técnica Vídeo Art de Gal Opido
Baseado no espetáculo O Grito de Marcos Abranches
Direção: Gal Oppido
Co-direção: Rafael Avancini
Direção de Fotografia: Gal Oppido e Rafael Avancini
Câmeras: Gal Oppido, Rafael Avancini e Iago Ferrão
Assistente de estúdio: Iago Ferrão
Performance: Marcos Abranches e Alessandra Grimaldi
Objetos Cênicos O Grito: Osvaldo Gabrieli
Procedimento de Suspensão: Luciano Iritsu
Poema: Adriano Nunes
Narração da Poema: Rubens Caribé
Gravação da Narração: Estúdio Several Sounds (Ricardo Severo)
Trilha Sonora Original: Elisa Monteiro
Montagem e Desenho de Som: Luden Viana
Colorização: Rafael Avancini
Distribuição: Fabí Andrade
Agradecimento: Rogério Carnaval e Paula Spinelli
Estúdio Gal Oppido

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