Stelarc ainda em atividade no uso da suspensão corporal no campo arte contemporânea

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Foto: divulgação

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“As suspensões são experimentos de sensações corporais, expressos em diferentes espaços e em diversas situações. Elas não são ações de interpretação, nem exige qualquer explicação. Elas não são feitas para gerar qualquer significado. Ao contrário, eles são locais de indiferença e estados de apagamento. O corpo é vazio, ausente de sua própria atividade e obsoleto.”
Stelarc, 2012.

Antes de qualquer coisa, gostaríamos de mais uma vez dizer que defendemos a ideia de que  a suspensão corporal não seja, então somente, arte. Estar dentro do campo da arte é uma das possibilidades, mas não é regra geral.
No entanto, daqui em diante trataremos exatamente desse recorte: a suspensão corporal na arte contemporânea.
Reconhecemos que a suspensão corporal foi incorporada na arte, principalmente através dos inúmeros trabalhos do australiano Stelarc. Ao todo foram 25 diferentes suspensões, que aconteceram entre 1978 e 1988, nas mais variadas regiões: Japão, Estados Unidos, Austrália, etc. O seu trabalho está bastante relacionado em discutir os limites e a obsolescência do corpo, mesclando elementos biológicos e mecânicos como extensões artificiais deste. Ir além daquilo que é “natural” do corpo humano. Ainda, é inegável dentro do trabalho de Stelarc a presença de reflexões acerca dos estados físicos e metafísicos através do ato de se suspender. Que como ele próprio diz, são experimentos de sensações e não de significados ou explicações.
O tempo passou e 24 anos depois de sua primeira suspensão, Stelarc novamente entrou em ação em Março do ano passado na Scott Livesey Galleries. Sua vigésima sexta suspensão.
Ao todo foram 16 shark hooks (ganchos para pesca de tubarão) espalhados pelo corpo do artista. O homem, que na ocasião estava com os seus 66 anos, era suspenso de uma gigante escultura branca de seu próprio braço.
Um pequeno grupo de quarenta pessoas pode ver a ação como testemunhas. Sem dúvida um momento único e precioso da história da arte.

Trabalhar com a suspensão corporal dentro da performance art é nunca  saber exatamente o que vai acontecer. Espera-se que o artista fique de fato suspenso, caso seja sua intenção, mas nem isso é garantido. A gente vê nisso uma beleza em potencial. “Não existe ensaio para algo assim” disse o artista durante os dias em que preparava o espaço. De fato não há.

“Honestamente eu não posso garantir se posso conseguir fazer isso. Em uma das minhas suspensões passadas, eu desmaiei depois de apenas 60 segundos. A maioria teve uma média de 20 minutos. A suspensão é estruturada, mas não escrita.”
Stelarc
para o The Age

As imagens do vídeo abaixo são de encher os olhos. Deixamos aqui a nossa profunda admiração e agradecimento para Stelarc, por todas as suas imensuráveis contribuições para a suspensão corporal nos mais vastos campos.

Fonte:

Still hooked after all those years, Stelarc suspends pain threshold
http://m.theage.com.au/entertainment/art-and-design/still-hooked-after-all-those-years-stelarc-suspends-pain-threshold-20120313-1uyia.html

Scott LiveseyGalleries
http://www.scottliveseygalleries.com/Exhibition.aspx?ExhibitionId=68

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