Tatuagem é assunto de aula no Centro de Mídias São Paulo

Por conta da pandemia do COVID-19 as aulas no Brasil estão acontecendo ou tentando acontecer a distância. Em São Paulo, na rede Estadual, diversas medidas estão sendo experimentadas. Dentre as ferramentas que estão sendo utilizadas existe o Centro de Mídias SP, espaço eletrônico que – dentre tantas funções – transmite as aulas para alunes da rede.

No dia 14 de Maio de 2020 a aula de Língua Portuguesa para as turmas dos 8º anos do Ensino Fundamental teve como assunto central a tatuagem. Questões polêmicas, explicações e argumentos foi o tema da aula mediado por Mônica Cardoso Pereira e ministrada pela Professora Lucifrance Elias Carvalhar.

Trabalhando com a noção de questão polêmica, a professora Luci lembra da importância se respeitar a opinião que as pessoas colocam sobre determinados assuntos e inicia a sua aula, relacionando a tatuagem como um tema polêmico. Com base na leitura de alguns textos, a discussão se construiu.

Reprodução: Youtube

O primeiro texto utilizado foi Um tema controverso: tatuagem presente do Caderno do Aluno – Vol. 1, 8º Ano – 2020. Um grande resumo sobre a história da tatuagem e uma provocação de reflexão sobre a prática no presente.

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Depois da leitura do texto, a primeira reflexão, provocada por meio de algumas questões trazidas pela professora, estudantes se expressaram pelo chat do aplicativo. Curiosamente a pergunta – que muito me lembrou o Programa Fala que eu te escuto – que relacionava tatuagem com mutilação não teve nenhuma resposta no primeiro momento e, mesmo depois, as respostas das alunas e alunos negavam a relação da tatuagem com mutilação Uma resposta em específico problematiza, dizendo que se tatuagem fosse uma mutilação que as cirurgias (provavelmente estéticas, dado o contexto da discussão) também o seriam. A maioria das respostas, no entanto, circulavam entre a liberdade de expressão e um querer pessoal.

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O segundo texto, de 2019, intitulado Tatuagem… liberdade de expressão apenas? da professora Marina Salete Marin, publicado no Caderno do Aluno – Vol. 1, 8º Ano – 2020 traz uma reflexão sobre tatuagem e legislação, consentimento e diálogos. Mais um convite de reflexão e análise textual foi feito.

Reprodução: Youtube
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Na sequência os textos utilizados – e aqui é algo bastante interessante – foram de pessoas que trabalham com tatuagem e/ou que são tatuadas. Falamos de algo bastante importante, porque estamos tratando de depoimentos de profissionais da tatuagem e/ou pessoas tatuadas dentro de um livro que está sendo aplicado para rede Estadual de ensino fundamental. Essa presença tem o poder de humanizar um grupo de pessoas, profissionais e leva informação cultural para estudantes em processo de formação colaborando com a quebra de estigmas. Nota-se – e é outro detalhe importante – que o intérprete de LIBRAS também tem uma tatuagem visível no antebraço. Algo impensável quando olhamos para uma ou duas décadas atrás: tanto a presença de um intérprete de LIBRAS como a presença de um corpo tatuado na educação do ensino fundamental.

Reprodução: Youtube
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Na sequência, o texto traz um jogo de palavras com o texto Para que tatuador? para se pensar a questão da rima e a análise de um texto com linguagem não verbal, expressada por meio do desenho.

Os textos seguintes, já buscam trazer depoimentos sobre a tatuagem de especialistas da saúde. Sempre propondo o exercício de se olhar para diferentes pontos de vistas sobre determinados assuntos.

A aula terminou com uma avaliação que lembra da necessidade dos cuidados com a tatuagem. A reflexão é depositada e deixada para florescer.

Abaixo você pode acessar a aula e traçar suas próprias reflexões. Um passo importante ver a tatuagem sendo levada para dentro da “sala de aula” e propondo novos e diversos olhares sobre essa cultura que tem atravessado os tempos e espaços. Caminhamos. Caminhemos.