Um curso online dedicado a ouvir, pensar e discutir Björk

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Foto: Santiago Felipe/Divulgação

Björk é única.

Em quatro décadas de carreira, ela desafiou a indústria musical e se posicionou como uma artista inovadora e multifacetada. Quase inclassificável, a cantora é fascinada com o uso da tecnologia e o faz muito bem, como vimos em Björk Digital, exposição que chegou ao país em 2019. Tantas referências viraram tema de curso — com aval da própria artista — que ganha agora sua primeira edição online, a partir de 09 de junho.

Orientado pelo filósofo e pesquisador Ali Prando, “Björk — Paradigmas do pós-humanismo.exe” atravessa a obra da islandesa para debater temas instigantes como o devir-ciborgue, a tecnocultura e a desterritorialização dos corpos. A fim de costurar a produção de Björk ao mundo, os participantes contarão ainda com reflexões propostas por Donna HarawayJudith Butler e Paul Beatriz Preciado, assim como por DeleuzeNietzsche Foucault.

“A obra de Björk é extensa, podendo gerar inúmeras discussões a respeito de tecnologia, distopias políticas e sobre nossos corpos. O mito do ciborgue [da antropóloga e filósofa Donna Haraway] parece agora mais presente em nossos cotidianos do que nunca: você poderia imaginar viver sem gadgets de informação? Ou ainda sem interagir com tecnologias bioquímicas, como tintas para cabelos, toxinas estéticas e até mesmo medicamentos para disfunções sexuais?”, aponta Prando.

Durante quatro encontros, Ali Prando apresenta momentos, vídeos e falas de Björk sobre suas criações, intercalando com teorias filosóficas para tecer relações que ajudam a explicar o universo da artista e seu impacto mundial. Em certo momento, artistas brasileiros são convidados a comentar como a cantora os influenciou. O cantor Filipe Catto participa do encontro final dessa edição, além de aparições em vídeo de LetruxAva Rocha e Maria Beraldo.

Luiza Lian, Rhaissa Bittar e Teto Preto são artistas brasileiros que apresentam traços björkianos em suas estéticas, por exemplo. A obra de Björk parece mais do que nunca inesgotável por todos os diálogos que estamos travando em relação ao pós-humanismo, aos limites do corpo e do meio ambiente. Ela não cede aos clichês e obviedades musicais e estéticas, e mais do que isso, ela não subestima a inteligência de seu público”, define Ali.

O projeto foi criado com exclusividade para temporada brasileira de Björk Digital, sendo o primeiro (e até agora o único) país a ter uma atividade educativa nesse formato como parte da programação oficial da exposição — sabidamente aprovada pela cantora. A estreia aconteceu no MIS São Paulo (Museu da Imagem e do Som). A mostra deveria acontecer no Rio de Janeiro a partir de março e depois seguir para outras capitais, mas com os adiamentos provocados pela pandemia a circulação foi adiada.

“Björk é uma artista tão grande e importante quanto David BowieMadonnaBeatles ou Beyoncé. Através de colaborações com diversos diretores de arte, fotógrafos e designers de moda, ela foi responsável por dar luz a um legado que continua inspirando diversas gerações, como Rosalía e FKA Twigs, ou nomes ainda mais alternativos, como Fever Ray e ionnalee”, diz Prando.

A edição online de “Björk — Paradigmas do pós-humanismo.exe” vai acontecer nos dias 09, 11, 16 e 18 de junho (terças e quintas), com transmissão online. O valor é R$ 100, inscrições através da Sympla.

Doe uma vaga

A cada inscrição realizada, uma vaga solidária será disponibilizada para estudantes e demais pessoas interessadas em participar do curso, mas que não possuem recursos. Interessados em doar vagas podem escrever para: thediscopunisher@gmail.com.

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