Rabiscar outras pedagogias e as potências dos encontros

“Na realidade precisamos de uma pedagogia do intolerável. Temos assistido passivamente um processo de aniquilamento sutil e despótico das diferenças: seja sexual, racial, étnico, estético, entre outras, ao mesmo tempo em que há uma resistência cotidiana a esta processualidade de submetimento realizada por pessoas ou coletivos sociais excluídos, a pedagogia do intolerável não é a monumentalização da tragédia, do miserabilismo ou da vitimização. Nada tem a ver com isto. É a afirmação absoluta da vida, resistência do poder da vida contra o poder sobre a vida, resistência inabalável ao aniquilamento e a vida não fascista que se faz a toda hora e todo dia e por cada um.”
Anete Abramowicz

A epígrafe aqui selecionada é trecho e finalização da fala da Profa. Dra. Anete Abramowicz da Faculdade de Educação da USP em sua participação no Ciclo: rabiscando outras pedagogias que aconteceu nos dias 04, 05 e 06 de Fevereiro no Sesc Av. Paulista. O evento foi organizado, instaurado e mediado pela T. Angel.

Foram três mesas de tecer conversas sobre educação, arte e vidas desobedientes, respectivamente: Educação dissidente, saberes marginais e outras rachaduras; Corporalidades esquisitas e dissidentes da e na educação; e Bagunça, danças furiosas e práticas pedagógicas desobedientes. Alternando os dias e as cadeiras contamos com importantes contribuições, provocações e reflexões de Anete Abramowicz, Jorge Leite Jr., Sil Nascimento, Alexandre Santos, Lis Macedo, Gabrielle Weber, Pedro Galiza, Robson Ferraz e Rodrigo Munhoz. Como um bom ciclo estranho que se propôs a ser, tivemos a participação nomadista e pulsante de um público que agigantou os três dias de encontro.

Mesa 1 “Educação dissidente, saberes marginais e outras rachaduras”. Foto: Gean Carlo Seno / Comunicação SESC
Mesa 2 “Corporalidades esquisitas e dissidentes da e na educação”. Foto: Betina de Tella / Comunicação SESC
Mesa 3 “Bagunça, danças furiosas e práticas pedagógicas desobedientes. Foto: Betina de Tella / Comunicação SESC

No encerramento do Ciclo: rabiscando outras pedagogias houve a performance surpresa da Mar Revolta intitulada “Muito mais-que-humanas: a desistência da espécie enquanto práxis decolonial“. Guardem essa informação pois em breve publicaremos uma reflexão apenas sobre essa ação. Para quem se interessar o “Muito mais-que-humanas: a desistência da espécie enquanto práxis decolonial” é também um Zine e pode ser adquirido CLICANDO AQUI.

Performance da Mar Revolta. Foto: Metamorfo

Que possamos seguir rabiscando outras pedagogias e abrindo fendas no tempo para que mais encontros – com suas potências – possam acontecer.