Fotos: Arthur Perfetto | Rodolfo Marcondes
A suspensão corporal tem galgado e ocupado os espaços mais diversificados nos últimos tempos. Principalmente quando utilizada e aplicada no campo da arte contemporânea. No Brasil temos exemplos fortes que validam essa ideia, como os três anos de Virada Cultural com o Palco da Arte Corporal, em que as performances que se utilizam da suspensão aconteciam livremente em espaço público. Outro exemplo marcante é a instalação Subordinado da artista Letícia Rita que ocupou a estação Trianon-MASP no ano passado. As imagens do corpo e do objeto transpassados por ganchos estavam ali coabitando o espaço com o cotidiano acelerado dos usuários do metrô de São Paulo.
No mês passado mais um espaço abriu as portas para a suspensão corporal, estamos falando do encontro que discutiu os diferentes usos do corpo no SESC São José dos Campos. O evento abordou o Le Parkour, a suspensão corporal e a prostituição.
Tratando especificamente a questão da suspensão, decidiu-se que no encontro aconteceria uma performance com o Coletivo 3º Cielo e na sequência uma palestra com os respectivos integrantes Luciano Iritsu, Jorge Peña e T. Angel.
Notas importantes, na frente do SESC havia um cartaz grande com a programação do mês e uma foto de suspensão corporal era exibida para quem quisesse ver. Segundo a organizadora do encontro, a imagem arrancou elogios, críticas e reações de espanto. No nosso ponto de vista a escolha foi digna apenas de elogios, pois trataram a questão com a seriedade e maturidade que se deve ter. Seria inviável querer discutir sobre arte contemporânea, performance art e body art ocultando o corpo ou os seus usos. Ainda dando sequência nas notas, não podemos deixar de mencionar que o encontro rendeu uma matéria de página inteira no jornal local. São José dos Campos realmente estava disposta a discutir a suspensão.
Falando agora sobre a performance que aconteceu, T. Angel criou o trabalho Gravidade, carregando uma intensa discussão sobre os limites e crises da experiência humana. A sala cheia assistia a cada movimento que acontecia e inclusive aqueles que não aconteciam. As texturas sonoras de Jorge Peña faziam tremer os corpos, tanto dos performers como do público, criando uma zona paralela temporária.
Há de se mencionar uma participação especial de backstage, os procedimentos da suspensão, isto é, as perfurações, foram executadas pelo profissional chileno Mauricio Torres (Banana Piercer) que estava de passagem pelo Brasil.
Após a performance se fez uma curta pausa e em seguida aconteceu a palestra. Luciano Iritsu contou um pouco sobre a história da suspensão corporal, também falou sobre a parte técnica e depois houve um debate aberto entre os integrantes do coletivo e o público.
A conversa fluía muito bem, muitas dúvidas surgiram, muitas questões foram feitas e principalmente houve muito acolhimento e vontade de conhecimento.
Foi um momento bastante marcante para a história da suspensão corporal no cenário brasileiro e acreditamos que há muito mais pela frente.
Para ver mais fotos feitas por Rodolfo Marcondes CLIQUE AQUI. Mais algumas fotos feitas por Natael Tazo podem ser vistas AQUI.
Abaixo você confere um teaser do que rolou.
1 thoughts on “SESC abre espaço para a suspensão, discutindo o seu contexto dentro da Body Art”