A suspensão corporal pela face no Brasil

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Fotos: Deise Piercer

A equipe Corpo Suspenso do Rio Grande do Sul, foi formada em 2013 e é hoje uma das equipes brasileiras ativas voltada para a prática da suspensão corporal. A equipe inicialmente se formou com o propósito de trocar experiências entre amigos, todavia, vem ganhando espaço em eventos, shows e convenções de tatuagem. No início de 2015 um dos membros da equipe, William Galimberti, cogitou a possibilidade de ser suspenso por seu rosto, intrigados com a ideia os coordenadores Sideral e Deise Piercer, partiram em busca de informações. Naquele momento eles não tinham imaginado realizar um procedimento com esse grau de complexidade e risco, conforme o que eles nos disseram. 

O grupo nos contou que na busca por informações chegaram em Orbán Isma, que foi quem acompanhou Håvve Fjell na segunda suspensão corporal feita pelo rosto no mundo. Ele pode orientar falando sobre a análise necessária da anatomia para tal procedimento e também o grau de risco e consequentemente cuidado com as glândulas parótidas. A glândula parótida é a maior das três glândulas salivares pares. Localiza-se entre o ramo da mandíbula e o processo estiloide do osso temporal.

Foto: reprodução / Google

 

Estudos feitos, no domingo de 19 de Abril de 2015, o Corpo Suspenso realizou uma suspensão com ganchos na face e na região do peito, posição batizada pelo grupo com o nome de Ascensão. O grupo conta que essa experiência serviu como base para confirmar as avaliações estudadas da anatomia de William, para que assim pudessem fazer a suspensão pela face. 

BREVE HISTÓRICO DA SUSPENSÃO FACIAL PELO MUNDO

Nos registros sobre suspensão corporal pelo rosto, Supa Niga é mundialmente o primeiro a fazê-la no ano de 2006 em Portland, Oregon, Estados Unidos da América. O profissional que realizou o procedimento foi Mike Pitts. O vídeo abaixo divulgado em 2011, é um registro da ação e que alerta sobre os riscos que envolve a prática.

O segundo a ter essa experiência foi Andrew Stanton do SwingShift SideShow. O procedimento foi realizado com sete pontos pelo profissional Håvve Fjell em 2011 no Texas, Estados Unidos. Importante dizer que Andrew mesmo sendo um artista de freakshow com anos de experiência, precisou conversar com Supa Niga afim de conseguir informações de como realizar essa suspensão corporal extremamente complexa e perigosa, do modo mais seguro possível. Além disso, ficou durante anos se preparando fisicamente, principalmente com treinamentos para o pescoço, para conseguir realizá-la com sucesso, o que inclui a segurança.

Inspirado por Andrew Stanton, o terceiro registro vem de Doug Smode e aconteceu aconteceu no ano de 2015 em Calgary Alberta, Canadá. A sua experiência foi realizada pelos profissionais Dan M. e Jonathan H. com 8 ganchos. Desde então, Doug já realizou essa posição mais de uma vez, na segunda delas o ato chegou até no Mirror, popular jornal britânico.

BREVE HISTÓRICO DA SUSPENSÃO FACIAL NO BRASIL

No dia 01 de Maio de 2016 o Corpo Suspenso se torna a primeira equipe brasileira a realizar uma suspensão com ganchos apenas no rosto. William Galimberti recebeu da piercer profissional Deise Piercer a passagem de 4 ganchos e foi cuidadosamente retirado do solo através da ancoragem de Sideral. Temos então o primeiro brasileiro e a quarta pessoa no mundo a fazer a complexa e perigosa suspensão corporal pelo rosto. Abaixo compartilhamos as palavras do próprio William sobre a experiência:

“Havia escutado sobre suspensão corporal, mas vim conhecer pessoalmente através de uma amiga, que é também membro da equipe, e logo eu senti vontade de saber qual era a sensação. Minha primeira experiência foi com a posição Escorpião, que não se enquadra em uma suspensão simples, mas esta suspensão não me surpreendeu e logo eu me senti intrigado sobre qual seria a mais ousada. Eu entendo e também respeito todo o lado espiritual que envolve a suspensão, mas pessoalmente é como um esporte apenas, eu a pratico para sentir a adrenalina. Então eu pensei em suspender-me pelo meu rosto e conversei com os coordenadores da equipe que buscaram informações e estudaram para analisar a possibilidade de realizar o procedimento em mim e assim o concretizamos. Fisicamente senti apenas o meu rosto, é como se não existisse o restante do meu corpo, e quando voltei ao chão senti como se eu estivesse anestesiado e foi então neste momento que recebi a descarga da adrenalina, diferente da suspensão suicídio que a adrenalina começa quando você ainda está suspenso. É importante que as pessoas saibam que este procedimento não pode ser realizado em qualquer pessoa e por qualquer pessoa, é um procedimento de alto risco e você precisa ter total confiança em quem vai realizar, uma marcação ou perfuração feita incorreta causa danos irreparáveis.”

Reforçamos aqui a mensagem de todos e todas profissionais envolvidas com essa posição de suspensão, ela é extremamente complexa e perigosa e não deve ser tentada sem o devido acompanhamento. Caso você tenha interesse em realizá-la procure profissionais com alto nível de experiência e responsabilidade. 

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