Fotos: Caren Zin
Perdemos o interesse pelas convenções de tatuagem já faz um tempo. Uma infinita repetição do mesmo e fechamento de portas para as outras práticas de se modificar o corpo fizeram com que não tivéssemos mais vontade e nem significado de participarmos. Parece que agora as pessoas que organizam convenções começaram a se atentar para isso, o que é muito bom. Acabamos de voltar do 1º Tramandaí Tattoo Fest e em nossa mala trouxemos muito mais do que otimismo. Tudo começa com o fato de ser um mulher encabeçando a organização de tudo. A tatuadora gaúcha Mikelly do TW Tattoomachines não só organizou a convenção, como fez isso de maneira totalmente independente, isto é, sem patrocinadores e tão pouco apoio efetivo da cidade.
Para os mais desavisados o espaço da mulher dentro da comunidade da tatuagem ainda é pequeno. Está em plena ascensão, é verdade, mas ainda é um número baixo quando comparado com a quantidade de homens. Trabalhando na organização de convenções, por exemplo, não temos o conhecimento de outra mulher antes de Mikelly.
A convenção de Tramandaí buscou levar novidades para a cidade e ao mesmo tempo rever o que um evento do tipo pode oferecer. Workshops diversos, palestras, mostra de filmes formavam a programação, além de uma performance envolvendo suspensão corporal com o coletivo de artistas de São Paulo, o 3º Cielo.
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A premiação, que é bem típica de todas convenções, buscou também englobar o body piercing, o que quase nunca acontece. Uma pena que os body piercers se interessaram pouco, houveram apenas dois inscritos para concorrer na única categoria disponível. Pensando na quantidade de profissionais atuantes em eventos do tipo, chega ser uma lástima. É preciso profissionais que se afirmem ativamente, inclusive em convenções que normalmente abrem tão pouco espaço para essa prática.
Quem circulou pelos corredores do evento, também pode assistir o profissional Luciano Iritsu fazendo uma escarificação em um dos stands. Mais uma abertura positiva possibilitada pelo 1º Tramandaí Tattoo Fest. A maioria das convenções não permitem essa prática de se modificar o corpo, o que a gente não consegue muito bem entender, mas acontece.
A primeira edição do Tramandaí Tattoo Fest teve os seus problemas, mas teve em maior medida a serenidade e o desejo de renovação. Fazia tempo que a gente não passava por uma convenção de tatuagem com a vontade de ficar e essa foi uma sensação muito boa.
Que venham as próximas edições, inclusive para 2015 os stands já começaram a ser vendidos e você pode saber mais CLICANDO AQUI. Sem dúvida alguma estaremos por lá.
Abaixo você confere o resultado da premiação e suas respectivas categorias
Jurado: Rafael Cassaro, Inácio da Glória e Mordenti
Melhor série colorida
1º lugar – Nashy (Argentina)
2º lugar – Goi Tattoo
Melhor série P&B
1º lugar – Cinho Tattoo
2º lugar – Goi Tattoo
Art Fusion
1º lugar – Bagé e Samurai
2º lugar – Alvaro e Popeye
Categoria Tribal
1º lugar – Felipe Soares
2º lugar – Lopes Tattoo Chapeco
Pontilhismo
1º lugar – Juliano Torres
2º lugar – Ibrahim Tattoo
Cultura Brasileira
1º lugar – Sidinho
2º lugar – Eduardo Verani Tattoo
New School
1º lugar – Gustavo Bagé
2º lugar – Lucas Machado
From Hell
1º lugar – Cabello Sebbin
2º lugar – Rafael Giovanelly
Comics
1º lugar – Fernando Tampa
2º lugar – Douglas Sherer
Portrait
1º lugar – Jorge Vilela
2º lugar – Fuzina
Fechamento
1º lugar – Heraclito
2º lugar – Robson
New Trad
1º lugar – Fernando Tampa
2º lugar – Jay
Free hand
1º lugar – Alvaro Serafim
2º lugar – Robson Santos
Preto e Cinza
1º lugar – Leitones
2º lugar – Adriano Viana
Realismo
1º lugar – Jorge Vilela
2º lugar – Rafael Giovanelli
Old School
1º lugar – Jeanzito Hernandez
2º lugar – Rodrigo Tassoni
Colorido
1º lugar – Diego Dias
2º lugar – Popeye Tattoo
Oriental
1º lugar – Lucas Koleany
2º lugar – Felipe Dor
Melhor tatuagem do evento
1º – Gustavo Bagé
Body Piercing
1º lugar – Rafa – Neto Tattoo
2º lugar – Cris – Crust Tattoo
(Foto: Rafa Piercer)
Miss Tattoo
1º lugar – Gabi Peralta
2º lugar – Nati