Fotos: Wilson D’la Cruz

Os encontros do GESMC – Grupo de Estudos Sobre Modificação Corporal têm possibilitado a reflexão sobre os usos do corpo e ao mesmo tempo inspirado e movido para que mais encontros aconteçam. Foi acompanhando o GESMC virtualmente, que o body modifier Dark Freak resolveu criar um encontro similar na cidade de Curitiba, Paraná. Nós estivemos por lá acompanhado tudo bem de perto.

O encontro de Curitiba funcionou como uma mesa de discussão, quatro pessoas convidadas falavam sobre determinado tema e abriam a conversa com todos os presentes, aproximadamente 50 pessoas. Participaram propondo diálogos Abril Ferrario (body modifier argentino), Dark Freak (body modifier de São Paulo), Charlie (body piercer de Curitiba) e T. Angel, que vos escreve agora.

As conversas passaram por trajetórias no meio da modificação corporal, reflexões sobre as gerações, política, bioética, preconceito e opressão por parte da comunidade externa e interna. Foram quase 3 horas diretas de conversas e que desejamos que se multipliquem em tantas outras. Há de se dizer que enquanto o primeiro encontro de Curitiba reuniu quase 50 pessoas, o GESMC em São Paulo nunca passou (e nem chegou) nos 20 participantes. A mesma São Paulo onde tudo acontece é a mesma que deixa muito a desejar pela falta de engajamento das pessoas e não é por acaso que temos o cenário da modificação corporal tão ultrapassado, desatualizado e cheio de regras equivocadas. Ao que parece as pessoas tem se importado mais em deixar as indiferenças pessoais tomarem a frente do desejo de melhoria para toda comunidade body mods. Queremos ser tratados com seriedade e como adultos, mas continuamos agindo como crianças em pré-primário. Que me desculpem as crianças! O encontro de Curitiba começou tímido, mas com uma força peculiar. Realmente torcemos para ver isso se repetir.

Nossos mais sinceros parabéns para todas as pessoas que passaram o seu feriado de 1º de Maio juntas nesse encontro. Curiosamente o encontro se deu em um feriado muito especial do movimento trabalhador, “é preciso estar atento e forte”.