Livro traz reflexões sobre empregadas domésticas

 

A professora e pesquisadora Maria Luisa Jimenez Jimenez diz que “acredita que a vida aconteça em grupo” e nós também. Em tempos em que a educação, a pesquisa científica e todo resto em nosso país passa por um dolorido processo de sucateamento, ela bravamente busca publicar em livro a sua pesquisa de mestrado. E nos recorda:

“Vivemos em uma época que a cultura tem sobrevivido principalmente de pessoas com o olhar de comprometimento com o conhecimento. As subvenções vindas de amigos familiares se fazem cada vez mais necessárias para transpor essa falta de investimento na cultura por parte de nosso governo. E pensando nisso e vivendo dentro desse contexto infértil que atravessamos de investimentos em Cultura e Educação me arrisquei em lançar meu livro, mesmo nas condições que a editora me propôs.”

As condições colocadas pela editora são as de que Malú, como carinhosamente a chamamos, necessite fazer uma pré-venda de pelo menos 100 livros até o dia 20 de Abri de 2018. A boa notícia é que 60 exemplares são foram vendidos, todavia, há uma caminhada para que se complete a meta. 

Entenda a obra e seus desdobramentos. Através de um Edital da Editora Letramento, Maria Luisa conseguiu lançar seu livro de título Domésticas – Cotidianos na Comensalidade, que é a pesquisa que realizou durante o Mestrado na Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT em Estudos de Cultura Contemporânea. Esse estudo aconteceu por dois anos na cidade onde a pesquisadora escolheu para viver, Chapada dos Guimarães no Mato Grosso. Esses escritos tratam de provocar a reflexão sobre a condição das empregadas domésticas, desde a senzala até os quartinhos de empregadas nos dias atuais. Mas, principalmente de dar voz as mulheres, na sua maioria, negras e pobres que contaram sua própria história, por elas mesmas. Leia a sinopse abaixo: 

 

“A autora propõe em seu livro “Domésticas: Cotidianos na Comensalidade”, em primeira pessoa, reflexões sobre o universo feminino através do espaço social da casa, mais especificamente da cozinha. Ao abordar a relação entre patroas e empregadas domésticas por intermédio do preparar, servir e apreciar a comida, o comportamento cotidiano é apresentado por via do cozinhar e tudo que se relaciona a esse evento diário. Convívio esse, conflituoso, apresentado nas relações socioeconômicas de gênero e culturais, desenrolando-se dentro do ambiente doméstico. Relações de poder, contrapoder e fronteiras hierárquicas, entre disputas e trocas de saberes, subversões e diversas maneiras de encarar a vida, aparecem de forma criativa durante a leitura.

O longo trabalho de campo, realizado na cidade de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, numa pesquisa interdisciplinar realizada durante o Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea na UFMT, traz agora em formato de livro um rico acervo de subjetividades expostas na escrita dessa obra. É apresentado um recorrido pela história da profissão, desde a senzala ao quartinho de empregada nos dias atuais. Com riqueza de detalhes, a autora faz ressurgir manuais antigos e blogs atuais sobre discursos reacionários e preconceituosos sobre essas mulheres, na sua maioria negras, pobres e sem “qualificação”. Contudo, o trabalho também mostra algo pouco conhecido, a luta e organização dessas mulheres pela valorização e emancipação da condição de excluídas. Por meio da Sociologia do Cotidiano, a pesquisadora dá voz às protagonistas, mulheres domésticas, por elas mesmas. É apresentado lugares, espaços e consumos relacionados a esses cotidianos, e o que comunicam essas ações na relação patroa x empregada e individualmente, desvendando fronteiras simbólicas entre esses grupos, mas principalmente desmitificando a posição dessas trabalhadoras como submissas.”

Contamos com vossas colaborações para deixar registradas essas histórias de mulheres, quase nunca valorizadas e ouvidas.

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