Performa Paço

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Foto: Walter Oikawa / Performance de Priscilla Davanzo

O Paço das Artes, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, realiza, nos dias 10 e 11 de junho, o inédito Performa Paço. Concebido por Priscila Arantes, diretora técnica da instituição, o projeto procura trazer produções que se articulam com as questões da performance e do corpo. “Desde o ano passado, o Paço das Artes vem procurando abrir espaço às produções que dialogam com a performance, pois acreditamos que essa é uma linguagem extremamente importante para se entender as discussões que permeiam o contemporâneo”, afirma a diretora.

Sob a curadoria de Lucio Agra, a primeira edição do Performa Paço está galgada na temática Ações Extremas, com performances que exploram os limites do corpo humano. O evento, que tem apoio da Associação Brasil Performance, trará 11 apresentações de artistas brasileiros e venezuelanos intercaladas com debates junto ao público – cujo objetivo é fazer com que os visitantes percebam o processo de criação pela visão dos próprios criadores.

Os artistas desafiarão suas capacidades físicas, produzindo atos que vão ao limite da ilegibilidade e do desconforto. A ideia se articula a uma referência básica da história da arte moderna brasileira – as Experiências do artista Flávio de Carvalho para discutir as várias acepções pelas quais a noção de ação extrema é manipulada na performance. O corpo voluntariamente se sujeita à experiência limítrofe e, sucessivamente, coloca-se em situações de risco físico e de tensão, controladas com muito esforço. “A performance é uma linguagem artística que busca sempre essa fronteira não-franqueada, lá onde as demais artes deixam de arriscar seus instrumentos de navegação”, afirma o curador.

A proposta do evento é intercalar as apresentações, que se iniciam às 16h nos dois dias (e ocorrem no Espaço Subsolo da instituição), com debates entre os artistas e o público, os quais acontecem às 13h30 (no piso superior). As conversas terão como moderadoras as jovens pesquisadoras Maíra Valente e Juliana Rego, e o foco das discussões será sempre o tema do evento e a trajetória de cada artista. O objetivo dessas duas etapas complementares é possibilitar ao público imergir tanto no processo criativo quanto na execução das performances.

Paralelamente, haverá uma mostra contínua em monocanal de vídeos de performances que trabalham a poética proposta – cuja curadoria está a cargo de Lilian Amaral.

Com essa iniciativa, nossa intenção é entrar para o calendário dos eventos de performance em São Paulo e, ao mesmo tempo, ativar o Espaço Subsolo do Paço das Artes como um lugar de referência para esse tipo de arte na cidade“, revela Lucio Agra.

Artistas e performances

10 de junho
Ignacio Perez Perez e Aidana Rico Chávez (Venezuela) – As performances de Ignacio e Aidana (sempre realizadas conjuntamente) lidam com situações de limite físico baseadas no equilíbrio e na resistência do corpo. Os artistas encenam situações formais nas quais é impossível não notar as tensões nas relações interpessoais de vários tipos.

Fernando Ribeiro (Curitiba/PR) – Distensão: usando cordas de escalada e lama, o artista constrói uma situação absurda de enredamento que oscila entre a esperança de êxito e o fracasso absoluto.

Mari del Vecchio (São Paulo/SP)– Construindo roupas difíceis de vestir, feitas a partir de rosas – e seus espinhos – ou centenas de metros de fita adesiva, Marília propõe uma apreensão de um corpo que acena para os extremos de sua fragmentação.

Paula Garcia (São Paulo/SP) – Mergulhada em uma corporeidade alterada pelo peso das barras de ferro grudadas por poderosos ímãs ao seu corpo, Paula sustenta uma situação de absoluta instabilidade.

Priscilla Davanzo (São Paulo/SP) – Há vários anos trabalhando com modificação corporal, Priscila desde sempre trabalhou com limites não só do próprio corpo como nas fronteiras inter-linguagens. Sua presença neste Performa Paço é o reconhecimento do seu pioneirismo na perspectiva abarcada por essa curadoria (Ações Extremas).

Corpos Informáticos (Brasília/DF) – Coletivo que trabalha com teleperformance, com transmissão via rede. Os limites explorados alcançam a não-arte e o risco da descomunicação.

11 de junho
Luiza Nobrega (São Paulo/SP) – Em suas performances, Luiza sempre trabalha com o esforço que poderia ser considerado inútil e a exaustão até o limite de suportabilidade da voz, das pernas etc. Todo o trabalho consiste na apreensão estética desses limites e sua sutil variabilidade.

Marcus Vinícius (Vitória/ES) – As apresentações de Vinícius trazem sempre uma situação de excesso, como a peripatética atitude com os alto-falantes grudados ao corpo emitindo buzinas ou o mergulhar do rosto no irrespirável pó.

Sara Panamby & Filipe Espindola (São Paulo/SP) – Representantes da vertente que trabalha com a modificação corporal (suspensão, escarificação, branding etc.), os dois artistas cumprem metódicos rituais de desafio ao corpo e ao que o limita, principalmente: a pele.

Samira BR (São Paulo/SP) – Mais recentemente, Samira vem trabalhando com os ritos do cotidiano e sua influência em um corpo vulnerável.

Amor Experimental (São Paulo/SP) – Realizando performance em lugares públicos abertos, na periferia da cidade, o coletivo enfrenta situações de risco (ações em lugares de “desova”, lugares ermos, registradas em vídeo). Presencialmente fazem uso de objetos precários, no limite da impossibilidade.

Local: Paço das Artes
Endereço: Avenida da Universidade, nº 01, Cidade Universitária, São Paulo
Tel: (11) 3814-4832 | Site: www.pacodasartes.org.br

Informações para a imprensa – Paço das Artes
Clarissa Janini: clarissa.janini@mis-sp.org.br|(11) 2117-4777, ramal 312

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