Um pouco do segundo lugar no play piercing da Tattoo Week Rio

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Fotos: Fredão Piercer

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Nós adoramos o play piercing, principalmente quando o uso da técnica nos traz novas possibilidades criativas e importantes discussões para a comunidade da modificação corporal. Discussões como, por exemplo, as modelos e os modelos que os profissionais buscam para mostrarem seus trabalhos. Será que não passou da hora de na comunidade da modificação corporal essa perspectiva se abrir mais? Será que não está na hora de cobrarmos representatividade de tatuagens em pele não branca? Será que não passou da hora de termos uma maior representatividade de corpos com deficiência? Fica a provocação. Embora a nossa opinião particular, seja que sim, precisamos e muito!

Provocações de lado, vamos agora falar do caso em si. O profissional Fredão Piercer de Aracaju esteve presente na Tattoo Week Rio e participou da competição voltada para a categoria dos perfuradores profissionais, ganhando o segundo lugar. Ainda que tudo faça parte de um grande acaso, consideramos tão importante que resolvemos compartilhar por aqui.

Fredão nos contou que a escolha da produção do trabalho foi por um estalo. O profissional pretendia fazer outra coisa, queria fazer o calçadão de Ipanema. A ideia era colocar captives puxando fitas pretas e brancas ondulando, para reproduzir no corpo o movimento do calçadão. No entanto, a modelo para esse projeto não apareceu e a ideia se perdeu.

O profissional contou que enquanto ajudava o seu amigo que participava da mesma competição, que inclusive ganhou o primeiro lugar, ele conheceu a Carol. A garota estava bastante curiosa e fascinada pelo trabalho, tanto que perguntou quanto custaria para fazer. Percebendo o real interesse, Fredão disse que nesse momento respondeu que se ela quisesse, ele daria pra ela como um presente. A jovem ficou assustada com a surpresa e pensativa, mas aceitou.

Rapidamente o body piercer elaborou uma ideia para a sua nova modelo. Por Carol ser cadeirante o profissional disse que o trabalho que reproduziria o calçadão não seria compatível, modelo nova e ideia nova. Foi assim que se chegou na ideia de fazer uma mandala em uma das pernas, utilizando fitas, dois tipos de cateteres e um captive nas saídas das fitas.

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Carol não teve problema algum durante as perfurações, não reclamou e ficou passando o tempo teclando pelo celular. O trabalho foi feito em 40 minutos aproximadamente, Fredão disse que tudo fluiu e que foi incrível.

Trabalho finalizado, devidamente apresentado para os jurados, foi elogiado por conter todos os elementos necessários para um piercing play e ficou com  o prêmio de segundo lugar. Deixamos aqui os nossos parabéns para Carol e o Fredão Piercer. Para nós esse trabalho está além de qualquer competição e falar sobre ele é ao mesmo tempo aspirar por tempos de acessibilidade para todos os corpos e em todas as esferas.

 

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