Em busca da reversão do eyeball tattooing

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Fotos: Filipe Aristóteles

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Nas vésperas de completar oficialmente nove anos de existência, a técnica do eyeball tattooing, ainda que seja bastante polêmica, tem levado algumas pessoas a seguir pesquisando-a e buscando novas possibilidades. O método que originalmente foi criado por Shannon Larratt e Luna Cobra tem sido explorado e desdobrado por diferentes pessoas, de diferentes lugares do mundo, para se conseguir diferentes resultados. Seja para conseguir efeitos estéticos psicodélicos com uma multiplicidade de cores ou como o que podemos entender e chamar como sendo uma reversão do eyeball tattooing, que falaremos aqui.

Antes de nos adiantarmos duas coisas são importantes dizer e sublinhar: a primeira é reforçar que o eyeball tattooing é – até o presente momento – um método irreversível; a segunda é que embora muitos jornalistas maliciosos tenham feitos matérias alegando que havia pessoas ficando cegas por conta do procedimento, não há nenhum registro no mundo que seja oficial da veracidade de nenhum caso. Inúmeras informações sobre o procedimento podem ser encontradas no ‘Eyeball Tattooing: respostas para as perguntas frequentes’.

Temos conhecimento de alguns casos em que a cor do olho pigmentado foi alterada por outra, no entanto, sempre para mais escuro. Mas tivemos o primeiro registro em que a mudança de cor se deu em uma tentativa de reverter o procedimento. Estamos falando de um caso brasileiro que tem sido feito por Filipe Aristóteles, em que inicialmente ele havia pigmentado os olhos de seu cliente em preto e que agora tem sido alterado para cor branca.

Por que o caso aqui apresentado não é uma reversão total do eyeball tattooing? Veja, nesta situação o que tem acontecido e se realizado é a substituição de um pigmento (preto) para outro (o branco), em outras palavras, o olho segue com o pigmento ou até com mais pigmento do que antes. Ainda que o efeito que se buscou seja o de reverter o procedimento, isto é, voltar a ter escleras brancas (e visualmente até se aproxime), é importante ter claro que até o presente momento não existe ainda técnica que se encarregue disso. Então, se você não tem certeza de que quer ter os olhos pigmentados pelo resto da sua vida, o ideal é que você não faça o procedimento.

IMG-20160202-WA0015(Os olhos antes da pigmentação em preto)

IMG-20160202-WA0020(Apenas um olho pigmentado em preto)

IMG-20160202-WA0018(Ambos os olhos pigmentados em preto)

Nesse momento não vamos entrar no mérito das motivações que levou o rapaz a fazer a substituição ou buscar pela reversão, todavia, poderemos fazer uma entrevista com ele no futuro para entender melhor sobre essa questão. Obviamente desde que ele se sinta confortável e disposto em falar. Iremos nesse primeiro momento abordar aqui apenas o procedimento em si.

Filipe Aristóteles nos contou que estudou de modo independente sobre a técnica. Já vem realizando o eyeball tattooing há algum tempo e o primeiro que fez foi o seu próprio. Parte de seu estudo para a reversão de cor, foi ter feito primeiramente os olhos de uma pessoa na cor branca para acompanhar o processo e foi satisfatório o resultado final.

Sobre o caso da reversão de cor em si… Os olhos do rapaz estava pigmentado em preto desde o dia 21 de junho de 2014. A primeira sessão para reversão foi feita no dia 01 de Dezembro de 2015. Filipe disse que buscou “amolecer” a tinta preta que já estava no olho. Posteriormente se trabalhou com a hidratação ocular. Em seguida passou-se a fazer a inserção com o pigmento branco, no entanto, se fez uma pequena mistura de cores (com o próprio preto do olho, inclusive) com o objetivo de se conseguir um resultado mais natural. Filipe disse que não se tratava apenas de inserir o pigmento branco sobre o preto, dessa forma, a cor não fixaria.

IMG-20160202-WA0019(Primeira sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0022(Segunda sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0021(Terceira sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0016(Quarta sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0017(Quinta sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0023(Sexta sessão da reversão de cor)

IMG-20160202-WA0024(Sétima sessão da reversão de cor, foto tirada logo após o procedimento)

Lembrar que qualquer manuseio do corpo é passível de risco é importante e aqui não seria diferente. Quanto mais injeções são feitas, maiores são as chances de riscos. Ainda pensando nos riscos, Filipe afirma que não tentaria fazer e reversão nos olhos de que outro profissional tenha pigmentado, por desconhecer o método e o pigmento utilizado. Como foi dito antes, o caso aqui apresentado foi pigmentado em preto por Filipe Aristóteles e agora está sendo revertido para o branco.

Quando vi fotos pela primeira vez do procedimento tive a sensação de haver um excesso de tinta no olho. Questionei sobre a sensação, Filipe nos respondeu que essa aparência de excesso é apenas após o procedimento ser feito e que nos dias seguintes o corpo absorve e elimina esse excesso. Segundo ele, essa sensação de excesso também aparece quando o eyeball tattooing é feito pela primeira vez.

IMG-20160208-WA0001(Foto quatro dias depois do procedimento, ainda no processo de cicatrização)

O processo de reversão de cor que começou em Dezembro tem sido feito de modo bastante lento e ainda tem mais duas etapas finais. Em cada sessão foram aproximadamente quatro aplicações. Importante frisar também que Filipe Aristóteles tem um contato próximo com o rapaz que está passando pelo procedimento e com isso pode acompanhar tudo com bastante proximidade. O que em suas palavras foi uma parte muito importante do processo.

Essa semana o caso foi divulgado publicamente nas redes sociais e Filipe nos contou que tem recebido bastante crítica negativa de profissionais estrangeiros, ainda assim, reconhece que deu um passo importante em seus estudos e nos estudos do eyeball tattooing em si.

Válido lembrar que se trata de um procedimento experimental, complexo e com inúmeras situações de riscos, inclusive cegueira. Nós reforçamos essa informação de modo repetitivo, pois não queremos ver ninguém se machucando gravemente nesses processos e também por pedido do próprio Filipe Aristóteles. Há riscos, não são poucos e podem ser potencializados quando executados por pessoas que não tem experiência alguma com o método.

Qualquer outra novidade acerca do caso divulgaremos aqui.

Nota: A nossa recomendação sobre a reversão de cor – assim como a do próprio eyeball tattooing em si – é que não se faça o procedimento. Mas respeitamos toda e qualquer pessoa que queira utilizar essas técnicas em seus corpos.

REFERÊNCIAS
Eyeball tattooing: respostas para as perguntas frequentes
http://www.frrrkguys.com.br/eyeball-tattooing-respostas-para-as-perguntas-frequentes/

Cegueira por tatuar o globo ocular?
http://abjecao.blogspot.com.br/2014/08/cegueira-por-tatuar-o-globo-ocular.html

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3 thoughts on “Em busca da reversão do eyeball tattooing”

  1. O procedimento é extremamente interessante. Uma coisa que me preocupa, no entanto, é a quantidade de pigmento q ficará nos olhos (algo q tb vejo em quem insere outras cores)… a membrana q reveste a esclera fica inchada, o q parece incômodo e pode alterar a pressão ocular… será q há relatos d pessoas q, após aplicação de mais pigmento fez exames oculares pra dizer sobre isso pra gente??

    1. Eu tenho várias preocupações também e dúvidas. ADORARIA que houvesse o interesse em se estudar tudo isso – em uma parceria entre modificado, modificador e oftalmologista – sem a noção punitivista que vigora.

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