EUA de Trump que odeia pessoas latinas, associa tatuagem com gangue

Escrevemos recentemente AQUI sobre a prisão da Jessica Brösche, tatuadora e freak, capturada pela Immigration and Customs Enforcemente – ICE, passou um mês na cadeia até ler liberada. Hoje está segura em sua casa na Alemanha. A liberação, no entanto, não tem sido o destino de centenas e centenas de pessoas.

A jornalista Valentina Oropeza publicou na BBC News Mundo uma extensa matéria no dia 27 de Março, intitulada ‘Tenho medo que me prendam apenas porque tenho tatuagens’: imigrante nos EUA que teme deportação para megaprisão de Bukele em El Salvador. Partindo da história do venezuelano tatuado Antuan Cardona, ela discorre sobre a perseguição que pessoas latinas, principalmente venezuelanas, estão sofrendo nos EUA em que tem acontecido uma associação com tatuagens e gangues. “É um pesadelo ser confundido com um criminoso só por causa das tatuagens”, disse Cardona para jornalista.

A gangue em questão seria a venezuelana Tren de Aragua. As tatuagens, no entanto, são difusas em demasia em seus temas nos fazendo crer que na realidade o que buscam é apenas perseguir, encarcerar e torturar pessoas latinas, como típico regime imperialista e nazifascista que é. A jornalista e pesquisadora venezuelana Ronna Rísquez, autora do livro “O Tren de Aragua: A gangue que revolucionou o crime organizado na América Latina”, descarta as tatuagens como critério para definir a filiação a esse grupo.

Imagens das tatuagens de supostos membros da gangue “Tren de Aragua” que aparecem na apresentação do Departamento de Segurança Pública do Texas. Foto: Reprodução / BBC

A BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, entrou em contato com a ICE dos EUA para obter mais informações, mas não obteve resposta.

A citada megaprisão de Bukele em El Salvador tem levantado grande discussão sobre violação dos direitos humanos. O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fascista aliado de Trump, divulgou em sua conta no X (antigo Twitter) um vídeo em que deportados chegam na prisão. As cenas são de violência, tortura e barbárie. Todos são encaminhados de forma bruta, com os seus cabelos sendo puxados e arrastados como qualquer coisa. Há uma cena violenta em que suas cabeças são raspadas e que nos remeteu diretamente ao que vimos nos campos de concentração nazistas na Segunda Guerra e no Colônia, como era chamado o manicômio de Barbacena, Minas Gerais, em que se estima que 60 mil pessoas perderam a vida (e deram lucro).

Recentemente a Kristi Noem, secretária de segurança interna dos Estados Unidos, gravou um vídeo em frente de uma das celas da megaprisão em El Salvador. Ela afirma que esse será o destino para imigrantes ilegais. Ao fundo pessoas presas estão amontoadas aos montes, muitas delas com grandes áreas dos corpos tatuadas.

Qualquer semelhança com o nazismo não é mera coincidência. Não é mais dog whistle (apito de cachorro) e é importante a gente ter plena consciência do que está acontecendo agora e não apenas nos EUA.

REFERÊNCIAS

‘Tenho medo que me prendam apenas porque tenho tatuagens’: imigrante nos EUA que teme deportação para megaprisão de Bukele em El Salvador
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c5ym12r34ldo

Imigrantes deportados dos EUA enfrentam torturas em prisão de El Salvador
https://apublica.org/2025/03/imigrantes-deportados-dos-eua-enfrentam-torturas-em-prisao-de-el-salvador/