Fotos: divulgação
Para quem acompanhou a última Paralímpiada em Londres pode perceber o quanto os progressos para os portadores de necessidades especiais foram significantes nos últimos anos. Por exemplo, os atletas do atletismo apresentaram próteses tão eficientes que nos fizeram pensar sobre o futuro do esporte, mais especificamente sobre os limites dos corpos dos atletas. Há de se mencionar a classificação do sul-africano Oscar Pistorius para disputar a primeira série dos 400 metros rasos no Estádio Olímpico de Londres (2012). Foi um marco, Pistorius tornou-se o primeiro atleta amputado nas duas pernas a competir em Jogos Olímpicos.
Saindo um pouco do esporte, o que nos parece é que a figura do deficiente (tratando aqui pontualmente amputações, malformações congênitas, etc) aos poucos tem ganhado um outro olhar e atenção. E isso é fruto de um árduo trabalho de pesquisadores e pessoas envolvidas com políticas de inclusão. A sensação é a de que o construído olhar de piedade tem sido trocado por um olhar de uma admiração heróica. A campanha promocional da última paralímpiada sugeria que os atletas fossem super humanos. Não duvidamos que eles sejam, de fato são. Junto com esse novo olhar, temos percebido – e não escondemos a nossa satisfação – que está se abrindo/costruindo um mercado na moda e publicidade para esses corpos deficientes. E estamos falando de um mercado super abrangente – e realmente inclusivo – que vende de próteses até under e swimwear. Com isso toca-se em padrões e conceitos estéticos construídos historicamente, quase sempre que embasados no ideal questionável do tal homem perfeito. Por isso não escondemos a nossa satisfação em ver ações publicitárias como essas e mercados se abrindo no mundo fashion para esses corpos.
Assistimos e compartilhamos por aqui em outros artigos, sobre a abertura de um mercado muito parecido na moda e na publicidade para corpos tatuados, em alguns casos com outras modificações corporais. E estamos falando de muitas tatuagens, como o caso do atual super top model Zombie Boy.
Um dos modelos que nos chamou bastante a atenção (e não só pelos atributos físicos) foi o australiano Paul de Gelder.
Paul é um ex mergulhador formado da marinha e atuou como ativista da paz no Timor Leste, atualmente é modelo, escritor e palestrante motivacional. Em 2009 quase morreu ao ser atacado por um tubarão de quase 3 metros. Durante o ataque violento a perna direita e a mão do modelo foram amputadas.
Olhando as fotos de de Gelder, ficamos admirados pela beleza e sensualidade do modelo. A adaptação de sua prótese ao corpo tatuado o deu uma estética muito particular e interessante, que sem dúvida alguma potencializou o seu sexy appeal.
Após o acidente, o modelo também escreveu um livro (No time for fear) que conta sobre o seu processo de recuperação e superação. Atualmente ele se tornou um célebre palestrante motivacional.
Nós nos sentimos demasiados motivados só de olhar para a imagem quimérica de Gelder.
Meio homem, meio máquina, meio peixe, meio deus.
Campanha para The Navy Diver
1 thoughts on “Paul de Gelder e a beleza de viver”