Lugar para acontecimentos em dança e performance, tendo as artes do corpo como atravessadoras e produtoras de tensão, a mostra surge a partir do desejo de criar espaços de troca entre os artistas que atuam na área, tanto da cidade de Uberlândia como de outros lugares. Entre os dias 13 e 19 de novembro, Uberlândia será palco da terceira edição da Mostra PARALELA.
Após uma convocatória para composição da programação artística, o projeto obteve mais de 90 respostas de artistas de diversos lugares do Brasil e países da América Latina. Sob a curadoria de Alexandre Molina, Marcelo Camargo e Ricardo Alvarenga, nove trabalhos foram selecionados para compor parte da mostra, que conta com diversas outras atividades durante a semana.
A programação do PARALELA tem o “entre” como dimensão de ancoragem das ideias e ações. São trabalhos de dança e performances que transitam em lugares diferentes, dialogam com a música, com as artes visuais e com o cinema. Acontecem em lugares abertos, fechados, lugares pouco prováveis para um acontecimento artístico e que têm como preceito provocar, instigar e trazer o debate.
A primeira edição aconteceu em 2015, nas dependências do Curso de Dança da Universidade Federal de Uberlândia e contou com uma programação de residência artística, bate-papo sobre performance e mostra de trabalhos. Na edição de 2015, a convidada para esse espaço de trocas foi a artista Michelle Mattiuzzi. Em 2016, o projeto, em função da crise política, aconteceu num formato menor, contanto com uma residência artística com o Henrique Saidel e uma roda de conversa sobre arte e política. No ano de 2016, a programação artística da mostra aconteceu conjuntamente com o Sala Aberta – evento de compartilhamentos de processos do Curso de
Dança da UFU. Para a terceira edição do projeto teremos na programação residência artística, mostra de trabalhos, palestra, lançamento de livro, além de exibição de filme. Em 2017, o projeto conta com o financiamento do Programa Municipal de Incentivo à Cultura da cidade de Uberlândia (PMIC) e o apoio do Curso de Dança do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia. A mostra de 2017 conta com artistas de Salvador, Curitiba, São Paulo, Osasco, Catanduva, Outro Preto, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro e Uberlândia.
Programação completa e Informações sobre os trabalhos
Residência Honestidade Artística – Jorge Alencar e Neto Machao (Salvador/ Curitiba)
O que mobiliza cada artista além das tendências e tabus estéticos? O que produz atração e repulsa nas artes e como nos constitui? Quando a criação transborda o “projeto oficial” a ser publicizado? Onde estão os textos escritos, mas nunca publicados? Onde está a coreografia aprendida a portas fechadas? Onde está a música cantada no chuveiro diariamente? Onde está a cena ensaiada em frente ao espelho?
Realizada desde 2013, essa residência vem revelando imensas potências artísticas e pedagógicas ao se deslocar por cidades brasileiras como: Salvador (BA), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Cuiabá (MT), Rio Branco (AC) entre outras.
Tipo: Residência Artística | Data: 13 a 17/11 Segunda à Sexta | Horário: 9h as 13h | Local: sala LICOR do bloco 5U –
Curso de Dança da UFU – Campus Santa Mônica da UFU | Acesso exclusivo para participantes previamente inscri-
tos e já selecionados.
PINTA – um filme de Jorge Alencar (Salvador/BA)
Pinta começa com esta “classificação indicativa” lida por um narrador, e embora a descrição seja vaga, ela funciona perfeitamente para o filme. O diretor Jorge Alencar sabe que tem um objeto estranho e inclassificável em mãos, e exibe com orgulho o seu caótico balé de corpos. Talvez não exista uma narrativa ou linha condutora neste experimento episódico, mas como a interpretação do espectador sempre passa por algum esforço de ordenação, pode-se dizer de maneira geral que Pinta traz um alegre e livre estudo sobre o potencial criativo dos corpos. Alguns momentos podem ser facilmente descritos como dança contemporânea, porém com alterações sensíveis em relação a um espetáculo artístico comum: um dançarino faz…
Dublagens, dublês, remixes, covers estéticos.
Difuso, descentralizado, periférico, embriagado.
Tema: coreochanchada extemporânea.
Contém: nu artístico, zoofilia discreta e dança.
Tipo: Filme | Data: 13/11 Segunda | Horário: 19h (72′)| Local: Auditório bloco 5S da UFU – Campus Santa Mônica
da UFU | Após exibição do filme haverá uma conversa com os realizadores Jorge Alencar e Neto Machado, com a mediação de Nara Sbreebow.
Lançamento do Livro “O que é Dança Contemporânea?” de Thereza Rocha (Rio de Janeiro/Fortaleza-CE)
O que é dança contemporânea? Foi a pergunta que a pesquisadora de dança e dramaturgista de processos de criação Thereza Rocha fez e transformou em livro. O conteúdo do livro segue em um fluxo livre de informações e hiperlinks que revelam a relação entre dança e pensamento, destacando a curiosidade que os mantém em permanente modificação. A obra foi contemplada pelo Rumos Itaú Cultural e com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e contou com lançamentos em 11 cidades brasileiras ao longo de 2016 e 2017. O livro comemora os 20 anos de atuação artística da autora na dança e chega agora à Uberlândia para integrar a programação do evento PARALELA arte.corpo.performance 2017.
Tipo: Filme | Data: 14/11 Terça | Horário: 18h | Local: Auditório do Museu Universitário de Arte (MuNA) – Fundinho
| Após palestra de lançamento do livro haverá uma conversa com a autora Thereza Rocha, com a mediação de Alexandre Molina.
Borra – Aline Salmin (Uberlândia/MG)
Batom, fita métrica, faca. Cor, medida, corte. Como não insistir no gesto se os gestos insistem? Discurso,
território, padrões. Me atravessam diariamente. Paro, retorno. Paro, retorno.
Ficha Técnica:
Criação e performance: Aline Salmin
Orientação da pesquisa artística: Daniella Aguiar
Colaboração Artística: Raphael Faria e Isabela Palhares
Preparação corporal: Ricardo Alvarenga
Produção: Vanessa Garcia
Fotografia: Raphael Faria
Tipo: Dança | Data: 13/11 Terça | Horário: 20h | Local: Museu Universitário de Arte (MuNA) – Fundinho
projeto separação: isso não acabar em lágrimas – Daniella Aguiar (Uberlândia/MG)
problema: como se separar?
metodologia: música de dor-de-cotovelo
Ficha Técnica:
Criação e performance: Daniella Aguiar
Colaboração artística e técnica: Ana Maria Krein
Colaboração gráfica: Rafaela Aguiar
Fotografia: Lidia Sanae Ueta
Tipo: Dança | Data: 15/11 Quarta-Feira | Horário: 20h | Local: Escola Livre do Grupontapé de Teatro
KODAK – Neto Machado (Curitiba/Salvador-BA)
Kodak é uma peça cheia de mistura: tem dança, tem teatro, tem cinema, tem herói, tem monstro, tem
ninja, tem rosa, tem azul, tem movimento, tem ação, tem robô, tem gente, tem gigante, tem barulho, tem silêncio e, agora que você veio, tem você!
Tipo: Dança | Data: 15/11 Quarta-Feira | Horário: 16h | Local: Escola Livre do Grupontapé de Teatro
Fia – Isabela Palhares (Uberlândia/MG)
fia_______________________
Ficha Técnica:
Concepção, criação e performance: Isabela Palhares
Orientação: Cláudia Müller
Preparação corporal: Juliana Bom–Tempo
Colaboração artística: Aline Salmin e Raphael Faria
Agradecimentos: Lygia Clark e Marina Abramovic
Montagem técnica: Raphael Faria
Concepção de figurino: Isabela Palhares
Confecção de figurino: Solange De Lucia Campos
Foto: Alex Oliveira
Tipo: Dança | Data: 16/11 Quinta | Horário: 21h | Local: sala Iluminação – bloco 5U – Curso de Dança da UFU – Campus Santa Mônica da UFU
#abismo.animados – Korina Kordova (São Paulo)
Desenvolvido a partir do conceito xamânico de animismo, segundo o qual tudo que faz parte do mundo material possui um espírito – propõe um desvio importante: a interação entre a única performer humana, Korina Kordova, e objetos tratados como seres que vibram e possuem agência, como performers não humanos, ao invés de assumí-los como estruturas passivas e estáveis. Essas interações pretendem criar uma série de associações mágicas com o mundo palpável, sugerindo a existência dos objetos em cena como seres ativos no estabelecimento de possíveis conexões e relações mágicas e coreográficas.
Em ‘#abismo.animados’ os performers não-humanos são esculturas criadas pela artista Eudoxie, mãe de Korina Kordova, que terão seu potencial mágico despertado sendo transformados em objetos do poder, em extensões tanto do corpo físico como do corpo energético da performer durante um ato-performanceritual. E a terceira performance da série ‘#abyss’ (‘#abismo’), projeto de pesquisa e criação coreográfica iniciado pelo coletivo artístico Flesh System em 2013.
Tipo: Dança/Performance | Data: 16/11 Quinta | Horário: 20h | Local: Sala Iluminação – Bloco 5U/Campus Santa
Mônica da UFU
Trabalho Normal: Experimento Francis Alÿs – Cláudia Müller (Rio de Janeiro/Uberlândia-MG)
É a primeira de um conjunto de cinco ações “inúteis” que não, portanto, nenhum resultado ou produto.
trabalho normal adota a duração e os modos de operação de uma jornada de trabalho convencional para criar ações não eficientes. Essa ação parte da obra Paradoxo da Prática 1: Ás vezes fazer alguma coisa leva a nada de Francis Alÿs.
Ficha técnica
Concepção, criação e performance: Cláudia Müller
Colaboração artística: Clarissa Sacchelli, Gustavo Torrezan e Renan Marcondes
Colaboração técnica: Mauricio de Alencar, Miriam Galdelman e Leandro de Paula
Figurino: Renan Marcondes
Tipo: Dança/Performance | Data: 16/11 Quinta | Horário: das 8h as 17h | Local: Saguão da Reitoria da UFU –
Campus Santa Mônica da UFU
Permanência para o Encarnado – Luanna Jimenes (São Paulo)
A permanência do corpo, caracterizado pela indumentária em performance, ativa as memórias do espaço em torno da igreja matriz da cidade. Temos em nós a memória dos encarnados, os vermelhos autóctones que criaram nessa paisagem uma cultura de conexão com a natureza. Este experimento de duração e resistência, permite ao corpo um mistério que parece monumental, silencioso e presente, como nossa origem.
Tipo: Performance/ Intervenção Urbana | Data: 17/11 Sexta-Feira| Horário: 17h as 19h | Local: Trajeto Oficina
Cultural – Praça da Bicota
Perereca Brasil – Thaiz Cantasini (Belo Horizonte/ Outro Preto-MG)
O show Perereca Brasil é uma performance sonora, autoral e anarcofeminista da cantautora feminista goiana/mineira Thaiz Cantasini, com a participação especial da DJ Jaque Line (Ouro Preto/MG). Em seu repertório apresenta composições que fez para espetáculos teatrais nos últimos 10 anos e performance onde experimenta espaços liminares e hibridismos entre o teatro, a música, tecnologia e feminismo(s) dialogando com questões do Brasil hoje.
Ficha Técnica:
Cantautora performer: Thaiz Cantasini
Concepção performático-sonora: Thaiz Cantasini
DJ performer: Jaque Line
Arranjos eletrônicos: Thaiz Cantasini, Matheus Ferro, Ernesto Valença.
Tipo: Show Performance | Data: 17/11 Sexta-Feira | Horário: 23h | Local: F5 Pub
F2M2M2F – Thales Frey (Catanduva/SP)
Dois performers posicionam-se frente a frente, com seus corpos quase encostados, sendo que, na altura
de seus rostos, há um espelho de dupla face, sobre o qual cada artista investirá um beijo com duração de 1 hora, cujas bocas estão coincidindo na mesmíssima altura. Os trajes são subvertidos com relação à cultura heterocentrada: o performer traja roupas e acessórios tidos por femininos e a convidada o contrário.
Ficha Técnica:
Performance de Tales Frey
Participação extraordinária de Paola Frey
Duração: 60 minutos
Tipo: Performance | Data: 18/11 Sábado | Horário: 12h | Local: Praça Tubal Vilela
Ayer – T.Angel (Osasco/SP)
‘Ayer’ investiga as relações entre corpo, indumentária e os limites entre ambos.
Corpo.
Fronteira entre corpo e indumentária.
Fronteira entre indumentária e limite.
Fronteira entre corpo e limite.
Fronteiras.
Performance criada em 2012 para vídeo e posteriormente apresentada como artista/ação convidada no
‘Perfor 6’ (2015) e ‘Corpo ritual e transgressor” no curso Arquiteturas do Corpo na ECA-USP’ (2016).
Ficha Técnica:
Concepção artística: T. Angel
Performer: T. Angel
Ano de criação: 2012
Duração: 40 minutos
Tipo: Performance | Data: 18/11 Sábado | Horário: 19h | Local: sala Iluminação – bloco 5U – Curso de
Dança da UFU – Campus Santa Mônica da UFU
Um corpo que causa – Jorge Alencar (Salvador/BA)
Um ato coreomusical. Misto de cabaret, palestra ébria, karaokê transbordante. Como se freddie mercury usasse a peruca de cauby peixoto para cantar barbra streisand com a voz de caetano vestido de pequena sereia recitando um texto de Michel Foucault. O baiano Jorge Alencar dança até ficar com dó de si. Uma performance solo ao lado de seu boy e seu irmão caçula. Feito para acontecer em uma
escadaria de diva, o trabalho propõe estratégias de produção de sexualidades como espaços de delírio.
Ficha Técnica:
Concepção, criação e causação: Jorge Alencar
Músico e irmão caçula: Yuri Alencar
Assistente de palco de luxo e marido: Neto Machado
Look e make up: Neto Machado e Bruna Valente
Orientação vocal: Manuela Rodrigues
Dublê para escadarias perigosas: Fábio Osório Monteiro
Direção de produção: Ellen Mello
Colaboração artística: Neto Machado, Ellen Mello, Leo França, João Miguel, Isabel Ferreira
Produzido pela Dimenti Produções Culturais
Tipo: Dança/Performance | Data: 18/11 Sábado | Horário: 20h | Local: Escadaria entre o Centro de Convi-
vência e o bloco 1J da UFU – Campus Santa Mônica da UFU
Serviço
PARALELA arte.corpo.performance
Data: 13 e 19 de novembro de 2017
Página no Facebook: https://www.facebook.com/paralela.arte/
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1280081735429818/