Zombiepunk se tornou uma personalidade em eventos ligados com as modificações corporais, principalmente as convenções de tatuagem. Nascido no interior de São Paulo, aos 30 anos de idade, circula dentro e fora do Brasil com o seu trabalho, que ele próprio chama de performance freak. O jovem trabalha também como modelo exótico e malabarista.
Com o corpo bastante modificado e um visual que não passa despercebido, Zombiepunk tem colaborado com as discussões sobre o que pode o corpo. Conversamos com o artista para conhecer mais sobre sua vida e o seu trabalho. Confira abaixo!
FRRRKguys: Como se deu o seu contato com o Punk?
Zombiepunk: Eu gostava de umas bandas e encontrei uma galera punk quando eu tinha 16 anos, começamos a andar juntos e trocar informações. Era uma galera cheia de liberdades e não tinham cobranças com qual roupa eu estava, nem se eu tinha dinheiro ou se eu era gay.
FRRRKguys: Agora fale pra gente de como foi a sua aproximação das modificações corporais?
Zombiepunk: O movimento punk sempre me chamou a atenção por conta da diversidade e atitudes, me sentia hipnotizado com os piercings, correntes, as cores e as formas dos cabelos. Um dos caras que eu admirava o Kelsen, vocalista do Distúrbio Mental, era o punk com mais piercings e tatuagens que eu conheci na época de 2006.
FRRRKguys: Atualmente quais modificações corporais você tem?
Zombiepunk: Eu tenho 70% de tatuagem, 22 piercings, 2 microdermais, 1 alargador de 5 mm no septo, 1 olho com eyeball tattoo, gengiva tatuada, 1 escarificação e a língua bifurcada.
FRRRKguys: Tem planos para mais algum procedimento?
Zombiepunk: Quero por um moicano com implante de ponteiras, um implante em volta dos olhos e fazer mais tatuagens.
FRRRKguys: Por conta do seu trabalho você tem viajado bastante. Como é a recepção do seu corpo mundo afora? Existe algum lugar que você tenha sentido mais preconceito e violência?
Zombiepunk: Estou viajando muito. É muito bom estar entre as pessoas e deixar elas me tocarem e fazer perguntas. Sou muito bem tratado por onde eu vou, mas as vezes tem sempre um que faz uma piada e um olhar ofensivo.
FRRRKguys: Quais são suas principais referências no meio da modificação corporal?
Zombiepunk: Admiro muitas pessoas tanto no Brasil quanto fora. Infelizmente não vou descrever nomes para não faltar ninguém.
FRRRKguys: Hoje você trabalha participando de convenções e festivais de tatuagem ao redor do mundo. Como tem sido essa experiência?
Zombiepunk: Estou muito feliz em ter muitos convites de diversas convenções no Brasil e fora. Uma experiência incrível ser admirado pelas pessoas que apreciam as artes em meu corpo. As convenções brasileiras são ótimas, gostei muito das convenções do Equador e Londres, são lugares apaixonantes.
FRRRKguys: Você acredita que as convenções e festivais colaboram para que diminua o preconceito em relação as pessoas com modificações corporais?
Zombiepunk: Sim! Acredito que toda forma de arte exposta nas convenções atraem um publico curioso e carente de informações e contato com pessoas modificadas. Quebrar todo o tabu que as pessoas aprendem no dia a dia.
FRRRKguys: Sabemos que você tem um olho pigmentado (eyeball tattooing), como está sua saúde ocular depois do procedimento? Quanto tempo você o tem?
Zombiepunk: Fiz em 2014 e não sinto dor ou nada de diferente na visão.
FRRRKguys: Sabemos também que você tem uma relação com a suspensão corporal. Como e quando foi a sua primeira vez? O que te leva a fazer suspensão corporal?
Zombiepunk: Fiz minha 1° suspensão corporal com o tio Dany em 2016. Foi um dos meus medos que eu perdi. Por conta daquele dia outras oportunidades apareceram e sempre estou voando.
FRRRKguys: Por algum tempo acreditou-se que o meio da modificação corporal fosse bastante aberto, inclusivo e livre de preconceito e sabemos que as coisas são bem diferentes disso. Como você enxerga essa questão?
Zombiepunk: O mundo da modificação sim é muito aberto, até demais. Você pode ver pessoas que deveriam ser expulsas por ideias e atos que não respeitam o bem estar alheio.