Foto: Acervo/Rodrigo Dantas
“a professora bicha não pode falar bem,
a professora bicha não pode ser sabida,
a professora bicha não pode se impor,
a professora bicha incomoda,
a professora bicha é um corpo estranho na escola.”
Rodrigo Dantas da Silva, Professora Bicha
Bem, bem… Queiram ou não, gostem ou não, as pessoas freaks estão ocupando diferentes campos e áreas de trabalho, inclusive, a complexa, intensa e disputada ideologicamente arena da educação. Outras, outres e outros sujeitos adentram e permanecem no magistério e, elaboram, outras, novas e tantas pedagogias.
Foi pensando nessa movimentação que a professora T. Angel começou a viver e rabiscar a Pedagogia do Esquisito ou Pedagogia das Aberrações desde 2017. Refletindo justamente no movimento de acesso e permanência de pessoas dissidentes, freaks e monstras na educação. Movimento de tensões, disputas e batalhas, considerando nossa história e, contexto político recente, em que as diferenças são alvos constantes de ataques e violências.
O FRRRKguys, por sua vez, enquanto plataforma de fomento e fruição das pessoas freaks, teve a chance de conhecer Rodrigo Dantas da Silva anos atrás. Fomos acompanhando, com o passar dos anos, a sua formação e transformação em professor. Professor, bicha e freak e doutorando em Letras. Conhecer um pouco mais de sua biografia – e compartilha-la – é abrir janelas e portas para que outras pessoas freaks possam ocupar o chão da escola e da universidade.
Nascido em São Paulo, mas criado em território capixaba, aos oito meses foi para o interior do Espírito Santo e desde 2017 perambula pela região metropolitana do Espírito Santo.
Ctônico, tem se feito no underground literato. Pesquisa o cordel capixaba desde o mestrado em Letras, que cursou no IFES/ Campus Vitória. Atualmente, é doutorando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal do Espírito Santo e tem pesquisado como corpos dissidentes performavam na poesia presente na seção “Literatura” do periódico Lampião da Esquina.
Rodrigo atua como professor de língua portuguesa e literatura da educação básica espírito-santense. Enquanto escrevedor indie (e pornógrafo), tem como influência para o seu projeto literário autores conterrâneos como Luís Capucho e Horácio Xavier, além dos nacionais Glauco Mattoso e Santiago Nazarian. Autodeclarado como uma bicha frrrk, afirma que escreve para confessar, para questionar e para não sumir. Publicou, pela Sangre Editorial, em 2019, Vello, que traz poemas, contos, crônicas e rascunhos.
Recomendamos que sua poesia seja acessada, lida, compartilhada pelas redes eletrônicas e nossas teias de afeto. Rodrigo é um de nós, um dos nossos, que contraria as estatísticas e que bagunça a estética cristalizada da normatividade compulsória na educação (e para além dela).
Ocupemos o chão da fábrica, ocupemos o chão da escola. Freakizando, friccionando e transtornando a ordem e sistemas de dominação de corpas e corpos.
CONTATOS
https://twitter.com/dyghu_
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