Simpósio online: Modificação corporal – anatomia, alteração e arte na antropogenia

No dia 09 de Fevereiro acontecerá o simpósio online intitulado Modificação corporal: anatomia, alteração e arte na antropogenia. O evento, todo em língua inglesa, é organizado pelo Center for Academic Research and Training in Anthropogeny – CARTA, vinculado com a Universidade da Califórnia, São Diego, nos Estados Unidos da América.

O evento será gravado e publicado posteriormente nas redes de CARTA. No dia você poderá assistir por duas vias:

  1. Utilizando o Zoom acessando https://ucsd.zoom.us/j/96255050876
  2. Visitando a página oficial do evento e clicando em “Live Symposium Webcast

A apresentação do evento diz:

“A modificação permanente do corpo é um fenômeno intrigante. É praticado regularmente por humanos vivos, mas não é visto em outros mamíferos existentes. É altamente variável dentro e entre culturas. Muitas vezes também é caro e arriscado. Todas estas características – a sua singularidade, a sua variabilidade e o seu custo real ou potencial – tornam a modificação permanente do corpo um comportamento importante a ser compreendido pelos cientistas. No entanto, o estudo científico da modificação corporal permanente está em sua infância. O objetivo deste simpósio é fornecer um retrato de onde estamos no que diz respeito à pesquisa sobre modificação corporal permanente e identificar questões que devem ser priorizadas na próxima década. O simpósio reunirá acadêmicos de diversas disciplinas, bem como profissionais da indústria de modificação corporal permanente. Cobriremos uma ampla gama de práticas históricas e contemporâneas de modificação corporal permanente, incluindo, entre outras, tatuagem, piercing, amputação de dedos e modificação craniana. Além de considerar o ‘quando’ e o ‘onde’ da modificação corporal permanente, nos aprofundaremos nas motivações desse comportamento, considerando tanto as justificativas pessoais oferecidas pelos participantes quanto as hipóteses científicas propostas para explicá-lo.”
(tradução nossa)

O simpósio é presidido por Mark Collard da Simon Fraser University no Canadá e Francesco d’Errico da Université de Bordeaux na França. Entre as suas e seus palestrantes e temas teremos:

Francesco d’Errico (Université de Bordeaux, França) – Um cenário evolutivo de múltiplas etapas para a culturalização do corpo humano

Brea McCauley (Simon Fraser University, Canadá) – Modificação corporal permanente: evidências arqueológicas e históricas antigas

John Willman (Universidade de Coimbra, Portugal) – Ablação dentária e piercing facial no Pleistoceno Superior, sudoeste da Ásia e África

Rosemary Joyce (University of California Berkeley, EUA) – Modificação corporal permanente na Mesoamérica e na América Central

Shauna LaTosky (University of Northern British Columbia, Canadá) – Lip plates na Etiópia

Ellen Gruenbaum (Purdue University, EUA) – Modificação genital feminina e masculina

Ryan Nichols (California State University, Fullerton, EUA) – Footbinding: Uma abordagem co-evolutiva da cultura genética para uma tradição de mil anos

Matt Lodder (University of Essex, Reino Unido) – A história recente da tatuagem na Europa e na América do Norte

Paul King (Body Piercing Archive, EUA) – A história recente das práticas de piercing na Europa e na América do Norte

Cartaz de divulgação do simpósio.

Como diz o resumo do evento, “o estudo científico da modificação corporal permanente está em sua infância” e, somente aqui, já temos uma justificativa da importância de iniciativas assim. Como ela, que surjam outras tantas e muitas. Todavia, ficamos desconfortáveis em ver uma programação inteira composta integralmente por pessoas brancas de Europa e América do Norte para tratar sobre temas que envolvem África, Ásia e América Latina. É certo que precisamos avançar cientificamente nos estudos e debates sobre a modificação corporal, e é urgente que a academia comece a ouvir outras vozes, sujeitas e sujeitos que trabalhem, estudem e vivem toda essa cultura.