Aliança Nacional LGBTI+ tem Área Não-Binárie

0 Flares 0 Flares ×

A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização da sociedade civil, pluripartidária e sem fins lucrativos. Teve seu registro formal em 2003, passando a atuar como uma rede em 30 de maio de 2009, inicialmente na forma de uma lista de discussão na internet. Em 2016, deu início à organização do seu trabalho de promoção e defesa dos direitos humanos e cidadania, em especial da comunidade LGBTI+, nos estados brasileiros através de parcerias com pessoas físicas e jurídicas. 

Para atingir seus objetivos, a Aliança Nacional LGBTI+ atua no âmbito nacional com indivíduos LGBTI+ e aliados, bem como organizações das mais diversas naturezas interessadas em apoiar a causa LGBTI+, a fim de articular várias pessoas e organizações motivadas em atuar colaborando com esta luta.

Em 2020 foi criada a Área Não-Binárie dentro da Aliança, com a intenção de criar ações que atendam as especificidades dessa população. No dia 01 de Abril foi divulgada a nomeação da coordenação que trabalhará na área, sendo Lírio Negro de Maceió na coordenação, T. Angel de Osasco na primeira coordenação adjunta e René Rabelo de Curitiba na segunda coordenação adjunta.

Conversamos com Lírio Negro coordenadore da área, para sabermos qual a importância de haver a criação desse espaço, em resposta:

“Para mim representa um momento histórico, um marco no movimento LGBTQIA+ do país, porque antes, nenhuma outra instituição trabalhou a não binearidade numa perspectiva ampla, diversa e plural. Eu tenho pertencimento da informação que o IBRAT é uma instituição que trabalha a não binearidade, mas numa perspectiva trans masculina por conta do IBRAT ser o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades. E é importante a gente pautar para não haver um apagamento na nossa história. Porém, ocupar esse espaço na Aliança, ele me possibilita mostrar para outras pessoas de identidade de gênero não-binárie, que elas têm um lugar para ser acolhides. Elas têm um lugar para pautar suas demandas, nos articularmos nacionalmente e, por fim, Stonewall vive em nós. Porque nós ainda não temos o reconhecimento da nossa identidade de gênero, assim como Marsha P. Johnson há 50 anos também não teve. Ocupar esse espaço é de grande responsabilidade para mim e é com muito orgulho, eu digo que, e minhes coordenadores adjuntes estão sendo as pessoas pioneiras no país, ao desempenhar esse papel e no mês do orgulho LGBTQIA+, nós temos que ter uma reflexão mais profunda sobre a legitimação em documentos civis, considerando as nossas identidades, considerando as identidades das pessoas aliades intersexuais.”

O trio da coordenação da Área Não-Binárie tem como responsabilidades representar a Aliança Nacional LGBTI+, desenvolvendo e participando de atividades, campanhas, seminários, palestras e similares, buscando e transmitindo formação e informação, entre outras atividades pertinentes como projetos legislativos, elaboração de material didático, elaboração de artigos científicos e demais documentos, ou ainda promovendo atividades de desenvolvimento organizacional, advocacy e atuação em espaços de controle e participação social, interação com a comunidade ou outra atividade pertinente para a consecução dos objetivos da Aliança Nacional LGBTI+, sempre atuando na defesa e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTI+), sempre em comum acordo com a executiva nacional da entidade.

Veja abaixo a configuração da coordenação e uma breve apresentação de quem a compõe.

Lírio Negro – Maceió

Primeiro ativista não-binário a dialogar com o poder público no Estado de Alagoas. Fundador do Coletivo Pró LGBT O “Quê” do Movimento Visibilidade TQIAPNB+. Curador, designer de moda, e palestrante. Através do “artivismo” cria/constrói espaços de diálogos e inclusão bem como
articulação de redes, sobre identidades dissidentes e redução de danos à saúde mental da população LGBTI+ com recorte específico a população transgênera e não-binária. Desenvolve materiais sócio informativo/educativo sobre a população Pró LGBTI+ e difusão Participou de todas as edições do Salão de Artes em Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos – SEMUDH. Realizou exposições individuais nos anos de 2017, 2018, 2019 baseadas em relatos
de experiências com recorte voltado a violências de gêneros, identidades não binárias, bem como disforia e suicídio entre LGBTI+. Participou das etapas distritais e estaduais da 9° Conferência de Saúde em Alagoas no ano de 2019; realizou o 1° Encontro e Celebração do Orgulho Genderqueer e NãoBinário em Alagoas em parceria com a SEMUDH e com apoio de Coletivos de São Paulo Curitiba e Maceió (em alusão ao
dia da visibilidade não-binária); durante as atividades da 10° Parada do Orgulho em Santa Luzia do Norte – Alagoas realizou rodas de conversa sobre saúde mental da população LGBTI+ na comunidade quilombola. Participou das etapas distritais de Santa Luzia do Norte, Maceió, de São José da Lage e da etapa Estadual da IV Conferencia de Direitos Humanos e Politicas Públicas para LGBT+, com delegação rumo a Conferência Nacional Livre, prevista para maio de 2020. Participou do Congresso Internacional da Aliança LGBTI+ como palestrante em novembro de 2019 em Curitiba Paraná. Em janeiro de 2020 participou da coordenação geral
do 1° Ato em Prol da Visibilidade Trans de Maceió, realizado pelo Grupo Gay de Maceió – GGM e parceiros. Está 1° Coordenadore Adjunte da Aliança Nacional LGBTI+ no Estado de Alagoas.

Rene Rabelo – Curitiba

René Rabelo é trans não binário, arquiteto, artista e drag queer. Organiza em Curitiba um coletivo de pessoas não binárias e outro de pessoas poliamorosas. Além da Área não binária, também está segundo coordenador adjunto da Área Assexual da Aliança Nacional LGBTI+. Pesquisa a relação do gênero com a espacialidade arquitetônica e a relação das pessoas dissidentes com a amizade e a não-monogamia.

T. Angel – Osasco

T. Angel tem graduação em História e especialização em Educação Inclusiva. É uma pessoa trans não-binária, freak, periférica e vegana. É profissional da educação da rede pública estadual na periferia de Osasco. Trabalha também com performance art e tem pesquisado nas últimas décadas sobre a modificação corporal e diferentes usos do corpo. Criou e
administra a plataforma FRRRKguys (2006). Coordena o Grupo de Estudos Sobre Modificações Corporais –GESMC (2014). Publicou o livro A história da modificação corporal no Brasil -1980-1990 (2015). No campo das lutas pelos direitos das pessoas LGBTQIA+, há uma atuação com palestras e educação popular. Destaca-se ainda a articulação do Bloco dxs Freaks nas paradas do Orgulho e a criação do Curso +Diversidade, focado na
capacitação de profissionais das modificações corporais no
atendimento da popução LGBTQIA+.

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 LinkedIn 0 Pin It Share 0 Reddit 0 Email -- 0 Flares ×