Dez anos sem Felipe Klein

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1621782_10152322823093343_1026440556_n(La Negra e Felipe Klein, São Paulo, 2003.)

Esta página está dedicada como un breve homenaje a Felipe, quien con su estética y sensibilidad inspiró a muchas personas e incentivo el body art en Sudamérica, convirtiendo su cuerpo en una obra. Seguirá siendo así, vivirá por siempre en los corazones de quienes lo conocimos. Y su imagen continuará propagando el amor por el arte, la sensibilidad hacia el mundo, el poder de la mutácion. Solo quiero resaltar que esta no es una manera de homenajear su muerte, sino por el contrario, el de resaltar su vida tan llena de amor.”
La Negra

Em 17 de Abril de 2014 se completou dez anos do falecimento de Felipe Klein. Seu corpo físico se foi, mas a sua memória segue muito viva e é justamente por isso que escrevo essas linhas. Escrevo agora para deixar aqui uma homenagem – simples, mas muito sincera – e um agradecimento por suas contribuições à comunidade da modificação corporal do Brasil, da América Latina e do mundo.

Gostaria muito de dizer ao Felipe – se ele pudesse me ouvir – que o mundo de agora mudou para melhor, principalmente no que se refere a aceitação com as práticas de se modificar o corpo. Gostaria de dizer que aquilo que começou com ele e um pequeno punhado de pessoas, hoje está integrado ao nosso tempo de maneira não violenta. Gostaria de dizer que as pessoas já podem escolher as formas, as texturas e as cores de seus corpos, sem medo. Gostaria de dizer que o Estado passou a se preocupar com a segurança com que me realizo fisicamente enquanto sujeito, sem interferir no meu direito de decisão, fornecendo todo a alicerce básico para que isso aconteça. Gostaria de dizer que em uma década o mundo mudou para melhor para nós e “nossa comunidade” como diria Shannon Larratt, mas infelizmente não posso. Não posso…

Mas também não serei fatalista e não negarei os progressos significantes que tivemos e isso eu gostaria que você soubesse, Felipe Klein. Hoje somos muitos, uma legião. Somos tantos que não é possível contar. Somos tatuadores e body piercers, mas também somos artistas, professore(a)s, médico(a)s, faxineiro(a)s, mestre(a)s, doutore(a)s, somos aquilo que quisermos ser. Até quase presidente da República Tcheca nós fomos e penso que você iria gostar de saber disso. Ainda não é fácil ter o corpo modificado, para alguns um pouco mais difícil, mas tem sido cada vez mais possível e isso se dá graças ao que você começou consigo.

No Brasil não evoluímos tecnicamente com as modificações corporais o tanto que eu esperava, é certo que tem horas que me chateio pensando que andamos para trás, mas por fim me convenço que só fizemos um intervalo. Uma pausa forçada talvez, mas que já tem mostrado sinais de mudanças. Há uma porção de pessoas estudando, buscando conhecimento das mais variadas formas e isso é algo bonito de se ver. Mesmo não me sentindo confortável em dizer que vivemos em um mundo melhor do que em 2004, posso sem dúvida dizer que a perspectiva de mudança é grande. Sem dúvida alguma você faz parte disso e sei que, além de mim, há muita gente que gostaria de te agradecer por isso.

Muito obrigado Felipe Klein, você plantou a semente do amor por aqui e a sua vida é – e sempre será – lembrada com muito afeto, carinho e respeito.
Paz!

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4 thoughts on “Dez anos sem Felipe Klein”

  1. Oi, sou sobrinha do Felipe Klein, e gostaria de agradecer pelas palavras, é muito bom ver que existem pessoas que tem carinho pelo meu tio. A falta que sentimos é enorme, mas sabemos que ele está em um lugar melhor. Obrigada pelo carinho, ficamos muito felizes!

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